Reflexão do Evangelho - Domingo, 07 de janeiro
Mt 2, 1-12
– Epifania do Senhor
Em
Jerusalém, a notícia da chegada de alguns príncipes estrangeiros, que pediam
informações sobre um “rei dos judeus”, que acabara de nascer, corre veloz e os
comentários se multiplicam. Para alguns, realizava-se a promessa feita a Abraão
de que seus descendentes seriam como as estrelas do céu, dos quais um seria o
futuro Messias (Nn 24,17). Herodes exaspera-se, enfurece-se, já havia matado
dois dos seus filhos e estava prestes a matar o primogênito, Antípater, e agora
surgia uma nova ameaça: alguém alheio à sua família para arrebatar-lhe o poder.
Os
Magos, alheios a essas preocupações, apenas queriam saber onde devia nascer o
anunciado pela estrela. Segundo os profetas, a cidade seria Belém, dizem os
sacerdotes e escribas a Herodes, que, ao transmitir aos Magos, pede-lhes que
enviem informações precisas sobre o local do seu nascimento. Mergulhado em
pensamentos sombrios, simulando o desejo de prestar-lhe o devido culto, arquitetava
como tirar a vida do suposto Messias.
Ao
ouvi-lo, os Magos retomam a estrada. Nada de perder tempo! Ao saírem de
Jerusalém, “eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia à frente deles até
que parou sobre o lugar onde se encontrava o Menino”. Fato que leva S. Inácio
de Antioquia a exclamar: “Todos os astros, juntamente com o sol e a luz,
formaram coro em torno do astro, e ele projetou sua luz mais do que todos”.
Admirados,
os Magos nada mais viram do que uma pequena gruta. Entrando, ficam
impressionados com a simplicidade e a rústica beleza do ambiente: era um
estábulo e na manjedoura, deitado, um Menino. Imediatamente, conforme costume
oriental, eles se prostram em adoração e oferecem-lhe os presentes, que traziam
consigo. S. Leão Magno escreve: “Do tesouro de seu espírito, oferece ouro, aquele
que reconhece o Cristo como rei de toda criatura; mirra, aquele que crê ser o
Filho de Deus em nossa natureza humana; incenso, em sinal de profunda
reverência, aquele que confessa ser Ele igual ao Pai, em tudo, absolutamente”. Alegres
e agradecidos, por terem realizado o objetivo de sua missão, eles retornam à
sua pátria, alimentando as mais belas esperanças.
Epifania, epipháneia, manifestação de Jesus ao
mundo; cântico de louvor, exórdio do Evangelho do amor e da esperança; revelação
da bondade misericordiosa do Deus Uno e Trino, enviando o Filho eterno, que se
fez Irmão no seio da Virgem Mãe de Nazaré. Ele é o caminho para o Pai Criador,
caminho para chegarmos ao sentido da vida: a unidade do amor, destino pretendido
por Deus, inscrito no coração de cada pessoa. Na gruta, encontram-se o povo de
Israel, representado pelos pastores, e os demais povos e nações, representados
pelos Magos; unidos, adoram o Menino Jesus, que de braços abertos, como na
Cruz, realiza, na justiça e na paz, a harmonia de todos com todos.
†Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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