Reflexão do Evangelho – Domingo, 08 de julho
Reflexão
do Evangelho – Domingo,
08 de julho
Mc
6,1-6 - Jesus em Nazaré
O
Evangelho é eloquente ao falar da ação redentora e santificadora
de Jesus, que veio conceder ao homem a adoção filial e a
imortalidade. Não se trata de obrigar-se a crer em Jesus, mas viver
a partir de uma confiança profunda, anseio da alma, que proporciona
um estado de segurança, de paz e de alegria. Essa presença amorosa
de Deus, que nos parece, por vezes, distante, mostra-se,
secretamente, bem dentro de nós, constituindo uma experiência
pessoal, muito maior e mais profunda do que as curas e expulsões de
demônio.
Não
é momento para hesitar. Vale lembrar as palavras insistentes do
Mestre, em seu convite para abrirmos o coração e acolhermos o amor
misericordioso do Pai; Jesus indica não só outro modo possível de
viver, mas questiona nossa atitude diante da vida. Não é possível
deixar-se guiar pelo subjetivismo, como critério e medida da
verdade; é necessário responder com o amor a presença
misericordiosa do Pai e colocar-se a serviço do próximo, guiado
pela verdade, não criada e medida pelo homem, mas a ele confiada,
como dom e presença da suprema Verdade, Deus.
Quem
dera tivéssemos nossos olhos voltados totalmente para Cristo,
contemplando, em cada episódio de sua missão, a manifestação da
bondade e da misericórdia divina! Então, reconheceríamos que sua
vida, palavras e atitudes revelam ser Ele uma parábola viva da
presença do Reino dos céus, e com alegria e consolo vislumbraríamos
a maneira como Deus olha o ser humano.
Como
missionário do Pai, Jesus quer iluminar todas as criaturas,
comunicando-lhes, mais que a luz da razão e da consciência de si, a
luz interior da nova criação, a luz escatológica, com seu duplo
efeito de fazer ver os que não veem e tornar cegos os que veem, mas
não creem.
Foi
o que aconteceu em Nazaré, junto aos seus conterrâneos.
Rodeado
por seus discípulos, Jesus traz consigo duas “caravanas”: a
sabedoria dos seus ensinamentos e os milagres, sinais de seu Poder
divino. Admirados, seus conterrâneos permanecem incrédulos,
perguntando-se: “Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes
milagres que são realizados por suas mãos? Este homem não é o
carpinteiro, filho de Maria? E ficaram escandalizados por causa
dele”. Segundo o Evangelho, escandalizar-se é o oposto de “crer
em alguém”, razão que leva Jesus a não realiza milagres em
Nazaré, mas apenas algumas curas, como escreve S. Ambrósio: “Para
não se pensar que Ele fosse constrangido pelo amor à pátria”.
Fecharam-lhe
as portas, e Ele foi considerado como um estrangeiro em sua própria
terra. Assim, presos à imagem singela de um carpinteiro, eles
acentuam a condição popular e corrente de Jesus, e não são
capazes de admitir a ação divina, tornando-se cegos à luz de suas
palavras. Por isso, escreve S. Cirilo de Jerusalém: “Doravante,
Jesus irá se reportar aos pagãos, que o acolherão e serão curados
da sua lepra”.
+Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm
Comentários
Postar um comentário