Reflexão do Evangelho – Domingo, 29 de julho
Reflexão
do Evangelho – Domingo,
29 de julho
Jo
6,1-15 - A multiplicação dos pães (primeira)
No
azul de uma tarde de primavera, sobre uma colina coberta por uma
verde relva, encontravam-se Jesus e os Apóstolos em busca de
tranquilidade e solidão. Porém, numerosas pessoas, provenientes de
diversas localidades, vêm ao encontro deles, sequiosas de uma
palavra confortadora e das bênçãos divinas. Sem se mostrar
contrariado, mas vendo-as como que “ovelhas sem pastor”, Jesus
começou a ensinar-lhes e a abençoar os enfermos.
As
horas passam, o dia declina, os discípulos, cansados, esperam que o
Mestre as despeça, para que possam ir aos campos e vilarejos dos
arredores em busca de alimento. Mas, uma vez mais, Jesus se mostra
humano, familiar, próximo e não indiferente aos que o rodeiam.
Olhando a multidão, “teve compaixão dela”, era como ovelhas sem
pastor. O que fazer? Segundo os Apóstolos, seriam necessárias, ao
menos, 200 moedas de prata, para alimentá-las; mas Jesus os
surpreende, ao dizer: “Fazei-as sentar-se e dai vós mesmos o que
tiverdes”.
As
mais de cinco mil pessoas acomodaram-se sobre a relva. E Jesus,
tomando os cinco pães de cevada, deu graças, rompeu-os e os
entregou aos Apóstolos para que os distribuíssem. Todos comeram e
“ficaram saciados, e ainda recolheram e encheram doze cestos cheios
dos pedaços de pão e de peixes”.
O
fato de dar o pão, generosamente, indica o primeiro importante
momento de uma elevação espiritual, acessível a todos, presente
sob a forma de bondade, de compaixão, de solidariedade. Sem dúvida,
uma verdadeira experiência espiritual do conhecimento de Deus:
através do espelho da alma, nós refletimos e realizamos nossa
“semelhança” divina. Os atributos impressos em nosso interior,
manifestando-se, estimulam nossa vontade e nos conduzem a nos
assemelharmos sempre mais a Deus.
À
luz desse gesto simples e tão necessário para o relacionamento
humano, chegamos a um conhecimento superior, crescemos em humanidade
e superamos os desejos egoístas, os pensamentos de exclusivismos e
discriminatórios.
Então,
quais peregrinos no deserto, fortalecidos e saciados pelo “pão de
Deus, pão que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6,33),
caminhamos em demanda da Terra Prometida, avizinhando-nos sempre mais
da reunião escatológica em Deus. Daí proclamar S. Hipólito de
Roma: “Quem come o Pão da vida jamais verá a morte”.
+Dom
Fernando Antônio Figueiredo,ofm
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