Reflexão do Evangelho - Domingo – 22 de julho
Reflexão
do Evangelho - Domingo
– 22 de julho
Mc
6,30-34 – Urgência da Missão
Numa
tarde de primavera, após terem retornado da pregação, que o Mestre
lhes confiara, os Apóstolos, cansados, se reúnem para contar-lhe o
que tinham feito e ensinado. Após ouvi-los, Jesus insiste para que
eles fossem a um lugar solitário, para meditar e refazer as suas
forças. Ele deseja prepará-los para o futuro, ante a possível
perspectiva de uma rejeição ou perseguição. Era necessário
fortalecê-los, pois a força que os animava e os inspirava provinha
de Deus e pressupunha uma caminhada interior, espiritual, para se
identificarem, mais e mais, a Ele, o Filho de Deus, que assumiu
integralmente a nossa humanidade.
Porém,
a multidão que o seguia, atenta, movida por curiosidade ou
agradecida pelos benefícios recebidos, pôs-se a procurá-lo. Ao
desembarcar, do outro lado do lago de Genesaré, Ele se depara com um
grupo enorme de pessoas, aguardando-O. Compreensivo e profundamente
humano, vendo-as, “Jesus ficou tomado de compaixão por elas, pois
estavam como ovelhas sem pastor”, sequiosas de uma Palavra amiga e
de um guia seguro e sereno.
Mais do
que um sentimento passageiro, a compaixão provém do interior da
alma, das entranhas (splagxvízomai)
da misericórdia divina. Ele, o Bom Pastor, enviado por Deus, irá
fazer o que aos discípulos parecia impossível: alimentar, naquele
lugar desértico, a inteira multidão. Não só lhes dando pão, mas
ensinando a todos, por horas a fio.
As
Palavras e os ensinamentos do Mestre se prolongam pela voz dos
Apóstolos, que, em vez de procurarem erguer os homens até Deus,
apresentavam aos homens um Deus próximo e amigo. Assim, a Palavra do
Senhor se multiplica e propicia a todos os povos um alimento
superabundante, que os conduz a uma íntima comunhão com Cristo, em
quem, pela bondade divina e no tempo apropriado, todas as coisas
foram criadas. Ele é benevolência, fonte de alegria e de amor, que
dá sentido à vida e permite nos reconhecermos criados, por graça
divina, à imagem e semelhança dAquele que é bom e sábio, por
natureza.
Escreve
S. Máximo, o Confessor: “Os que foram criados à sua imagem trazem
a marca indelével de pertença a Deus; mas à sua semelhança, só
os que são bons e sábios, por um ato livre de sua vontade” (De
char. III,25, PG
91, col. 1024 BC).
Que
consolo..., e que confiança essa cena traz aos Apóstolos! Diante
deles surge a imagem solícita de Deus, animando e fortalecendo, no
deserto, o povo de Israel; prefiguração do maná celeste, a
Eucaristia, “fermento de imortalidade”.
+Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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