Reflexão do Evangelho - Domingo, 16 de setembro


Reflexão do Evangelho
Domingo, 16 de setembro
Mc 8,27-33 – Pedro é repreendido (A confissão de São Pedro)


O Evangelho não é um simples discurso ou uma mera palavra informativa; é vida, é ação eficaz, que transforma, converte e torna presente o Reino de Deus, cerne da pregação de Jesus e dos Apóstolos. O Reino não assume configurações geográficas: o seu “lar” é a interioridade da pessoa que acolhe a Palavra do Evangelho. Aí ele lança suas raízes, cresce e se desenvolve. Sua expressão, no interior da história, é a Igreja, fundada por Jesus, sua pedra angular.
A caminho das aldeias de Cesareia de Filipe, visando introduzir os Apóstolos no mistério de sua missão, Jesus dá início ao seu plano de formar e constituir a Igreja, cuja raiz e tronco é Israel, à qual ela não deixará de estar ligada. Seus horizontes, porém, estendem-se a todos aqueles que atendem à sua mensagem, e, por conseguinte, participam da eleição divina de Israel e da esperança messiânica da salvação prometida ao mundo.
Com singeleza e, certamente, com o desejo de purificá-los, Jesus pergunta aos Apóstolos: “Quem dizem os homens que eu sou?”. Após receber respostas as mais diversas, umas que apontavam ser Ele João Batista ou um dos profetas, Jesus se volta para seus seguidores e pergunta-lhes: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Em nome de todos, responde Pedro, de modo franco e direto: “Tu és o Messias, o Cristo de Deus”.
Momento solene e revelador. Os olhos dos Apóstolos se iluminam. Comovidos, eles reconhecem, nas palavras que se seguem, uma aquiescência implícita de Jesus à sua missão de Servo Sofredor. Ao chamá-lo de “o Cristo de Deus”, o Apóstolo se reporta, evidentemente, ao Messias, compreendido como o Salvador esperado e desejado por todos os homens. Talvez, antes, eles julgassem ser Ele um rei terreno e político. Agora, a profissão de Pedro aponta para a realização das esperanças messiânicas, que falavam da reunião de todas as nações num só povo, o Povo Messiânico: a grande família dos que se convertem à Palavra de Deus, proclamada até às extremidades da terra.
Mas, logo a seguir, para espanto de todos, Jesus retoma a ideia do Servo Sofredor, para descrever sua paixão, seu sofrimento, sua morte. Pedro, o impetuoso Pedro, “tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo”. Dirigindo-se a todos, diz Jesus: “Longe de mim tais pensamentos, que não agradam ao Pai”. E, olhando o Apóstolo Pedro, diz-lhe: “Mas tu vem, e segue-me”.
O caminho é longo. Por ele se chega à salvação. O mesmo seria trilhado por seus discípulos, caso renunciassem a si mesmos e tomassem a sua cruz. O Mestre os precede e os acompanha com seu olhar de ternura e de misericórdia, pois segundo S. Hilário: “A Eternidade assumiu o corpo de nossa natureza, dando-nos conhecimento de que a natureza de nosso corpo, em Cristo, recebe o poder da imortalidade”. No coração do Pai, realiza-se a missão de Jesus: o Povo Messiânico alcança a perfeita unidade no amor.




+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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