Reflexão do Evangelho - Domingo, 23 setembro


Reflexão do Evangelho
Domingo, 23 de setembro
Mc 9,30-37 – Poder e ambições (Quem é o maior)


Uma das características essenciais da missão de Jesus é a sua liberdade para fazer o bem e a firme convicção de ter sido enviado para comunicar a todos, especialmente aos pobres e excluídos, a mensagem do Reino de Deus.
Alimenta-o a certeza de que o Reino está presente na intimidade, a mais secreta, de cada pessoa, que experimenta, antecipadamente, a superação do momento negativo da dessemelhança e da dualidade, que acompanha o ato criador. Pois ela se sente associada à ação interior de Deus, em sua vida de unidade e de comunhão trinitária: no segredo de sua alma, cada pessoa traz os “vestígios” da vida divina, que a capacitam a viver a unidade, em comunhão com todos os seus semelhantes, para além das diferenças, quaisquer que sejam.
Portanto, a perfeição ou a salvação consiste em assemelhar-se, sempre mais, a Deus, em sua vida de unidade e de amor. A caminhada é longa. A perfeição não tem um desfecho pré-estabelecido; é um processo, que exige purificação espiritual e moral, no qual a pessoa sente o “sofrimento” da divisão, sobretudo, da infinita dessemelhança em relação a Deus.
No entanto, os discípulos permanecem ainda presos à ideia de um Reino Messiânico, a ser instaurado neste mundo, fato que os leva a se perguntarem: “No Reino, quem é o maior?”. Neles, ainda estão presentes as ambições humanas e o desejo de poder. Falta, sem dúvida, uma verdadeira compreensão da pessoa e da missão do Messias, como bem expressa S. Jerônimo: “Pacientemente, Jesus quer purificá-los, através de uma lição de confiança e de humildade”.
Para ilustrar as suas palavras, Jesus chama uma criança e a coloca no meio deles, afirmando: “O maior, no Reino dos Céus, é quem se faz pequeno como esta criança”. E, desejando que se reconheçam filhos do Pai celestial, Oceano de Caridade, Ele os exorta a uma mudança no modo de ser e de pensar. Dentre eles, não deverá haver alguém que considere ser maior do que os demais; todos são irmãos, e a todos é conferida a mesma dignidade filial, que os une na vida de glória e de eternidade, já presente e experimentada, desde agora.
Daí, as palavras de S. João Crisóstomo: “Todos estamos unidos no céu, ninguém é superior a outro, rico ou pobre, senhor ou escravo, o que manda e o que obedece, imperador ou soldado, filósofo ou bárbaro, sábio ou ignorante. A todos, Deus concedeu graciosamente a mesma nobreza, ao se chamar, igualmente, Pai de todos”.



+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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