Reflexão de Evangelho - Domingo, 25 de novembro


Reflexão do Evangelho
Domingo, 25 de novembro (Cristo, Rei do Universo – Jo 18,33-37)
“A glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus”
                          

        O século II é um dos mais tormentosos períodos da vida da Igreja: tempo de perseguições externas e crises internas. Como se prenunciasse as transformações por que ia passar a Igreja ao longo de sua história, com notáveis figuras e sábios cristãos, guiados pela fé, desejosos de viver a paz e preservar a unidade.
Foi o século de S. Irineu de Lyon, primeiro doutor da Igreja. Nascido em Esmirna, cidade próspera e florescente da Ásia Menor, ainda jovem, ele foi para Lyon, onde, ordenado presbítero, mais tarde, Bispo, “honrava seu nome, pois era pacificador, pelo nome e pela conduta”, como escrevia Eusébio de Cesareia, em sua História Eclesiástica, V, p.70.
Profundamente ligado à Sagrada Escritura, ele expressa intuições, particularmente atuais, que despertam um grande interesse, sempre crescente, sobretudo, por sua leitura atenta do ser humano, em sua inesgotável aspiração de se ultrapassar continuamente. Palavras que soam como uma profecia da plenitude integral de nossa realização, sinal da presença do Espírito Santo na História da Salvação.   
Suas considerações sobre a unidade de Deus e seus desígnios a respeito da humanidade se desenvolvem no quadro da Criação e da obra de Recapitulação ou da re-Criação no Filho Jesus.
O termo “recapitular”, empregado por S. Irineu, significa resumir, com a conotação clara de harmonização e de síntese. Ele a aplica à obra salvadora de Cristo, para expressar a unidade do plano divino, que reúne em si judeus e gentios, todos os homens, do primeiro ao último, e abarca a totalidade dos seres criados.  
Ninguém é excluído das mãos criadoras de Cristo; recapitulados nEle, todos são dignos de entrar na comunhão eterna com Deus. Porém, a ação divina não dispensa jamais nosso esforço de tornar, progressivamente, mais humana a vida sobre a terra, tema da evolução e do progresso constante do homem.
Criado “criança”, sob o signo da gratuidade divina, com a capacidade de se determinar pró ou contra o bem, ele é destinado à glorificação e à visão de Deus.
Nesse sentido, lembramos as palavras de S. Irineu, nem sempre citadas em seu todo: “A glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus” (Adv. Haer. IV,20,7).


+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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