Reflexão do Evangelho - Domingo, 11 de novembro
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
11 de novembro
Mc
12, 41-44 - O óbolo da viúva
No Templo, mais precisamente, na praça
chamada “pátio das mulheres”, onde estava o cofre para a coleta das ofertas,
encontravam-se Jesus e os Apóstolos. Muitos se aproximavam do local e jogavam,
como aquele homem rico, mancheias de dinheiro, sobre o piso de pedras, visando despertar
a admiração de todos.
O
que Jesus espera é fé e vida sincera, e não grandes manifestações de piedade,
nem atos de grandeza ou de vãs pretensões. Por isso, para inculcar nos Apóstolos
uma fé firme e indubitável, Ele lhes diz: “Olhai para aquela mulher, uma pobre
viúva, maltrapilha, que deposita no cofre apenas duas moedas de pequeno valor. Pois
bem, foi esta pobre viúva que lançou mais do que todos”.
Ela
doa o que tinha para sua subsistência: sinal de profunda e verdadeira confiança
em Deus. Ela vai além do que é negado pela força do pecado e, mesmo, pela força
de sua situação de criatura humana. O gesto exprime a espontaneidade, a verdade
de sua pessoa, e atesta que a sua dignidade reside em poder alçar voo nas asas
da liberdade do amor.
Profundamente
sensibilizado, Jesus faz questão de destacar, de valorizar a importância do modo
de ser daquela mulher. Realmente, imbuída de amor e de esplendor, ela participa
de um sol que não conhece ocaso, de uma vida que supera o sopro da morte. S.
Ambrósio escreve: “A dádiva da viúva foi medida, não pelo peso, mas sim pela
gratuidade de sua entrega”. Porque, acrescenta S. Jerônimo, “quem não possui
nada pode ter tudo, enquanto quem detém muitas coisas pode carecer da condição
de possuir o essencial”.
De modo concreto e incisivo, a pobre viúva proclama
o mandamento de amar a Deus com todas as suas forças ou, segundo o pensamento
judaico, com todas as suas posses terrenas. E os Apóstolos percebem quão é decisivo
abraçar a simplicidade e desapegar-se de tudo para viver a fraternidade e se
doar, sem reservas, à missão evangelizadora.
A
pobreza, em seu sentido de liberdade interior, mais do que a falta do
necessário para garantir a subsistência física, revela-se como a capacidade de doar-se,
totalmente, a Deus e aos irmãos.
É
fantástico! A pobre mulher, qual farol em meio aos rochedos da ganância e do
egoísmo, abre espaço para a recomendação final de Jesus: “Quem pensa ganhar o
mundo inteiro para salvar sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida
por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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