Reflexão do Evangelho - Domingo,18 de novembro


Reflexão do Evangelho
Domingo,18 de novembro
Mt 13,24-32 - Parábola da figueira
      

Jesus acabara de falar do fim do mundo, suscitando dúvidas e angústia sobre o mistério do Depois. Após alguns instantes de silêncio, os Apóstolos lhe perguntam: “Quando será isso, Mestre? ”. Para que estivessem preparados e prontos para a sua vinda gloriosa, Ele lhes conta diversas parábolas, dentre as quais a de uma figueira, fonte importante de alimento para os judeus.
No seu florescer, a figueira anuncia que o inverno passou e se aproxima o verão, época em que se recolhem os frutos para guardá-los. A criação encontra, de certa maneira, sentido em seu crescimento e movimento intrínseco, como consequência de ter sido criada por Deus. Não há “natureza” sem “energia” e movimento.
Igualmente, a nossa realidade humana possui, em sua individualidade, graças à liberdade do amor pessoal, a capacidade de se transcender, numa ascensão inesgotável.    
  Porém, em nossa situação existencial concreta, podemos nos deixar guiar pelas tendências desordenadas e egocêntricas, e “cobertos de folhas de figo, diria S. Ambrósio, como de uma veste enganadora, escondermos a nossa consciência”.
Estaríamos, então, bloqueando nosso acesso à verdade humana, que se situa para além de todo condicionamento, e não estaríamos, também, abertos para a sublime missão dada pela graça divina: amar acima do que é próprio de nossa natureza; amar mais do que a nós mesmos.
Na realidade, o que constitui a grandeza da pessoa humana, escreve S. Gregório de Nissa, “é ela estar sendo continuamente criada, e se realizando pelo constante acréscimo de bens, pois o movimento para o que é melhor não é circunscrito”.  
Mensagem esperançosa! Livre por natureza, a pessoa humana é impulsionada para Deus e, por isso mesmo, é capaz de produzir frutos de amor, de justiça, de unidade.
O desfecho final é o reflorescimento da figueira, ou seja, nossa realização integral: mediante o sacrifício do egoísmo, dá-se o nosso encontro com o Senhor, que nos atribuirá um valor incondicionado e uma dignidade infinita.
Eis nossa participação na unidade perfeita de Deus! Criados à imagem e semelhança dEle, começa, hoje, para nós, a verdadeira nova criação.



+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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