Reflexão do Evangelho - Domingo de Ramos, 14 de abril
Reflexão
do Evangelho
Domingo
de Ramos,14 de abril
Lc
19,28-40 - Entrada em Jerusalém
Não era ainda Pessach, festa da primavera, ocasião em que se comemorava a partida
dos judeus do Egito, e já uma multidão de romeiros, proveniente do interior de
Israel e dos países vizinhos, se reunia em Jerusalém. Entrementes, em Betfagé,
situada entre Betânia e o Monte das Oliveiras, os Apóstolos, a pedido de Jesus,
preparavam uma montaria, um jumentinho, que O conduziria à cidade santa.
Ao entrar em Jerusalém, uma pequena multidão, em
desfile jubiloso, com entusiasmo e fervor, exclamava: “Hosana! Bendito o que
vem como rei em nome do Senhor. Paz no céu, glória ao Altíssimo! ”. Jesus é recebido como Filho de Davi,
o rei sábio e pacífico, na cidade que leva a paz impressa em seu nome. Momento
de júbilo, de triunfo! Mantos e ramos são estendidos, ao longo do caminho, em
sinal de respeito e de honra; à frente, as crianças correm, cantando e
balouçando folhas de palmeira. Os Apóstolos, caminhando ao lado de Jesus, não
cabendo em si, exultavam de alegria. Finalmente, pensavam eles, chegara o dia
tão ardentemente desejado: a gloriosa e triunfal manifestação do Messias!
Os
fariseus, por inveja ou por medo dos romanos, protestavam: “Mestre, repreende
teus discípulos! ”. A resposta de Jesus é clara: “Se eles se calarem, as pedras
gritarão”.
Montado
num simples jumento, contendo em si toda a riqueza do mundo, Ele os adverte do
orgulho e da ganância, numa linguagem para alguns deles incompreensível, indicando-lhes
o caminho para alcançar a perfeição espiritual da unidade com Deus. A
propósito, escreve S. Agostinho: “Cristo não perde a divindade, quando ensina a
humildade”.
Em
meio aos louvores, ao júbilo, é necessário ouvir o silêncio... ouvir a voz
interior, que fala ao coração e afirma que ali está quem não exclui ninguém,
nem os inimigos. Mas há uma evidente e imprescindível implicação moral:
libertar-se interiormente da maldade e do pecado, e, assim, alcançar, sempre
mais, a perfeição espiritual da unidade com Deus.
O
dia declina. Ao lado das muralhas, os Apóstolos se lembram das lágrimas do
Mestre sobre a cidade de Jerusalém, ao dizer: “Se ao menos hoje, também tu
visses o caminho da paz”. Palavras que Ele dirige a todos os homens, para que,
estendendo seus mantos, O acolham em seus corações. “Então, todos os lábios, dirá
S. André de Creta, se abrirão para proclamar, juntamente com as crianças, as
santas palavras: ‘Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor! ’”.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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