Reflexão do Evangelho - Domingo, 14 de julho


Reflexão do Evangelho
Domingo, 14 de julho
Lc 10,25-37 - O bom Samaritano

Jesus, a plena Misericórdia de Deus, nascido de Maria, assumiu a nossa humanidade: mortal, complexa, desafiadora. Eis aí, graças à Sua vinda e aos Seus ensinamentos, nossa decisiva e perene participação na vida de Deus (theosis), num único movimento, próprio da Misericórdia divina.
No ápice de Sua doação ao Pai, numa trágica aventura de dimensão extraordinária, Ele reúne, na cruz, o paraíso, descrito como o lugar dos primeiros seres humanos, antes do pecado, e a realidade terrena, sintetizados no perdão ao bom ladrão: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”.
Sua pregação, seus milagres, o perdão dos pecados, sua vida pública, presença de sua divindade entre nós (theophaneia), numa orquestração toda especial, atraem todos ao amor misericordioso do Filho, que desceu ao universo, para nos elevar à plenitude divina. A união das duas naturezas, a divina e a humana, gera solidariedade, amor a Deus e ao próximo, fim último de tudo o que foi criado do nada.
Mas eis que um Israelita, doutor da Lei, desejoso de chegar à vida eterna, não encontra suporte, nem na Lei nem na lógica, para estabelecer a união entre o mandamento do amor a Deus e ao próximo. As dificuldades pareciam-lhe insuperáveis. As palavras do Mestre estavam além de sua linguagem... Como entendê-las? “Quem é o meu próximo”?. Jesus é aquele amigo, que conforta... que está pronto em servir a todos... Suavemente, conta-lhe uma parábola, a do Bom Samaritano.
Refere-se ao próximo daquele homem que, caído nas mãos de assaltantes, jaz no chão, abandonado, ferido, semimorto. Debilitado, não consegue se levantar do chão. Passam por ele três pessoas: o primeiro, um sacerdote; o outro, um levita, que, indiferentes, não o socorreram.
No entanto, o terceiro, um Samaritano, estrangeiro, foi quem parou e, ao vê-lo, teve compaixão para com ele. Curou-lhe as feridas, e o levou no seu burrico até à estalagem mais próxima para que pudesse se recuperar. Não mediu esforços. Caso não fosse suficiente o que tinha deixado, ao retornar, reembolsaria ao dono da hospedaria o que tivesse gasto a mais.
O próximo daquele homem, não importa quem ele fosse: sua crença, sua raça, sua condição física e moral, foi o terceiro peregrino.
Se acolhermos o outro, sem qualquer tipo de exclusivismo, não importa o modo como se apresente, a misericórdia do Senhor se manifestará em nossa vida: torna-se fonte de purificação, de santificação e de vida nova. É o início de uma nova criação, e de modo ainda mais maravilhoso, por eternidades e eternidades...



+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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