Reflexão do Evangelho - Domingo, 03 de novembro
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
03 de novembro
Comunhão
dos Santos
Numa
bela manhã de primavera, na planície, o Mestre fala aos Doze e “à
grande multidão de pessoas provindas da Judeia e de Jerusalém, do
litoral de Tiro e Sidônia”. Ainda, aos ouvidos de todos, soavam as
palavras iniciais de Sua missão: “Convertei-vos e crede no
Evangelho”.
Com
doçura e simplicidade, Ele escreve na alma de cada um deles, para
além da insipidez casuística, o sentido supremo da Lei: justiça,
misericórdia, plenificadas nas Bem-aventuranças.
Seu
coração, arrebatado pelo desejo de abraçar a humanidade toda
inteira, expande-se ao anunciar o amor a Deus e a proeminência do
amor ao próximo, amor comprometedor, fruto da relação harmoniosa
com Deus e das pessoas entre si.
Impossível
ser neutro! Maravilhado, S. Gregório de Nissa exclama: “Eis a vida
pura e sem mistura das bem-aventuranças!”.
Anúncio,
denúncia. Qual profeta dos últimos tempos, o Senhor protesta por
ter o povo se afastado do Pai e não ter correspondido à Aliança de
unidade e de comunhão. Porém, arauto da esperança e da
misericórdia, Ele apregoa o desígnio divino, que quer unir a
inteira humanidade na forma do amor e da solidariedade, levantando os
caídos, animando os desesperados, restaurando a vida dos pecadores.
Urge
convencê-los, convertê-los! Contra toda opressão, quer ideológica,
quer social, as Bem-aventuranças celebram e exaltam, em uníssona
ação de graças, a dignidade de cada pessoa, reconciliada com o
Pai, pela ação redentora e salvadora do Primogênito da Criação.
Calam-se
as paixões desordenadas, silenciam-se os desejos de dominação e de
poder, e, qual convite insistente, ressoa a voz sonora e forte do
Senhor, para que todos trilhem o caminho, que conduz à Terra
Prometida, onde “reinam a justiça e a segurança para sempre”
(Is 32,15-17). Porto seguro, lá, os pobres, os tristes, os
injustiçados e perseguidos tornam-se portadores das bênçãos
divinas do Cordeiro imolado e glorificado, o Filho bem-amado de Deus.
No
“não” radical contra todas as formas do mal, as
Bem-aventuranças, Carta Magna do Reino, proclamam a nossa identidade
de irmãos e irmãs, reunidos na verdadeira nova criação de Deus.
+Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm
Comentários
Postar um comentário