Reflexão do Evangelho – Domingo, 02 de julho


Mt 16,13-19 - Confissão do Apóstolo Pedro




       Na bela cidade de Cesareia, reedificada pelo tetrarca Felipe, no ano 3 a.C., com o desejo de reunir toda a humanidade num único povo, Jesus pergunta aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou? ”. De acordo com a opinião popular, que o identificava com um dos profetas do passado, “responderam-lhe: uns afirmam que és João Batista, outros que és Elias, outros, ainda, que és Jeremias ou um dos profetas”. E vós, o que pensais? Quem sou eu, na vossa opinião? “Para além do que se via nele, diz S. Hilário, os Apóstolos pressentem algo mais”. Mas quem responde, em nome de todos, é Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”.  
Momento solene e revelador. Jesus o chama de “bem-aventurado”, pois Pedro vê o que a outros escapa. Feliz, porque “não foram o sangue nem a carne que te revelaram isto, mas sim o meu Pai que está nos céus”. O paralelismo com a epístola aos Gálatas (1,15-16) assinala quão importante é a distinção, que os teólogos, como H. de Lubac, denominam “a natureza” e o “sobrenatural”. Distinção fundamental para a Igreja primitiva, que tem a firme convicção de que a vida cristã nasceu da mensagem e da atuação de Jesus, presença no mundo da infinita misericórdia de Deus.   
E agora tens uma tarefa importante para realizar, pois “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. O nome dado a Simão designa ser ele a pedra, solidificada pela sua força, sobre a qual Ele construirá sua Igreja, que, superando a “qahal”, assembleia dos fiéis do Antigo Testamento, passará a significar a reunião de todas as gentes no único povo de Deus, que não se dobrará jamais aos ataques das forças inimigas. E Eu te “darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus”. Palavras que evocam a ideia rabínica de excluir alguém da comunidade ou nela admitir.
Escreve Orígenes: “É tocante pensar que Pedro tenha dito ao Salvador: “Tu és o Cristo”; melhor ainda que o tenha reconhecido “Filho do Deus vivo”. Se nós as dizemos, é porque também elas nos foram reveladas pelo Pai, e seremos proclamados “bem-aventurados” (Sobre Mt XII, PG 13,995).    
No dia de hoje, recordamos o Papa Francisco, Bispo da Igreja de Roma, no dizer de S. Irineu, “Igreja dos gloriosos mártires Pedro e Paulo”. Como sucessor do Apóstolo Pedro, ele é sinal de unidade na caridade e, como o Apóstolo Paulo, enviado para evangelizar todas as culturas e raças, ele é presença de paz e de justiça, da boa nova para todos.

+Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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