Reflexão do Evangelho – Domingo, 11 de junho
Jo 3,
16-18 - Um só Deus em três Pessoas
Para
a revelação bíblica, a fonte suprema da felicidade humana é Deus, um Deus não
distante do mundo, tampouco de nossa história. Aliás, ficamos atordoados pela
presença de um Deus no meio de nós, na pessoa de Jesus, que manifesta o
desígnio eterno e misericordioso do Pai: nossa participação na intimidade da
vida divina. Na realidade, somos incluídos no diálogo eterno, entre o Pai e o
Filho, lembra Orígenes, teólogo alexandrino, graças ao Espírito Santo, que nos foi
comunicado no dia de Pentecostes. Custa-nos crer que possamos viver essa
comunhão com os que estão à nossa volta, amar os que estão distantes e permanecermos
unidos à criação toda inteira, por força da manifestação da Trindade Santa,
unidade perfeita, fonte de relação de todos com todos.
Se
desde os primeiros teólogos, afirma-se ser impossível saber o que Deus é, no
entanto, a partir de sua revelação na História da Salvação, pode-se saber que
Ele é Pai, Filho e Espírito Santo: unidade perfeita, em três Pessoas. Ninguém é
mais do que o outro. Embora cada Pessoa tenha sua característica própria, uma
não existe sem a outra e a ação de cada uma é sempre trinitária. A propósito,
são inspiradoras as palavras de Jesus: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim”
(Jo 14,11): unidade perfeita, sem qualquer mistura nem fusão. As três Pessoas
coexistem de forma tão íntima e completa, que constituem uma única fonte, no
mistério inefável do amor e da comunhão.
Para
expressar o mistério trinitário, alguns autores utilizam imagens, tiradas da
natureza. Assim, Orígenes emprega a imagem da luz para designar o Pai, Criador
de todas as coisas, que, como Fonte da luz divina, envia o Esplendor de sua
luz, seu Filho Jesus, para iluminar os seres humanos e livrá-los das trevas do
pecado e do erro. Vindo ao mundo, Ele assumiu a nossa humanidade e deu sua vida
para a salvação de todos; retornando para junto do Pai, Ele e o Pai enviam o
Espírito Santo, Permanência da luz divina na vida dos que acolhem a boa nova do
Evangelho, que, iluminados, serão “luz do mundo”.
O
amor, que une as três Pessoas divinas, compreende nossa participação na vida
incriada de Deus. Pois pela prática concreta e simples do amor fraterno e do
respeito sincero pela obra da criação, somos introduzidos no coração da
Trindade e nos tornamos membros da nova e verdadeira criação de Deus: desde
agora, somos “uma pessoa trinitária”, de comunhão e de amor.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário