Reflexão do Evangelho – Domingo, 10 de junho
Reflexão
do Evangelho – Domingo, 10 de junho
Mc
3,20-35 - Jesus e Belzebul
A
trajetória do Antigo Testamento prossegue para além do primeiro
momento histórico até um segundo e essencial momento, o Novo
Testamento, na íntima conexão entre o texto escrito e uma
comunidade viva. E foi no interior desta história que Jesus é
reconhecido, na convicção da fé, como Messias, nosso Salvador.
Missionário
do Pai junto aos homens, Jesus anuncia o Evangelho, a “Boa-Nova”
da presença misericordiosa de Deus no meio do seu Povo. Multidões
acorrem a Ele para serem curadas e libertadas: é a realidade
benfazeja do Reino de Deus, acontecimento pelo qual Deus age como
Senhor, para o nosso bem, pondo fim ao mundo dominado pela injustiça
e maldade, e iniciando o novo mundo da paz e da justiça.
Muitos
creem nEle como “vindo de Deus”, porém, os escribas, descidos de
Jerusalém, numa atitude hostil, afirmam que “é por Belzebul,
príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.
O
título Belzebul liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre
os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Eles
governam as forças do mal; constituem um reino em oposição ao
reino do bem e possuem o poder, segundo S. Agostinho, “de atrair os
homens para a prática do mal” (Sl 94).
No
entanto, o homem, que tem por objetivo a felicidade, possui o livre
arbítrio para escolher, através de suas ações, os meios que
propiciam a diferença entre o bem e o mal. Mas nem sempre ele exerce
a liberdade, que consiste em escolher o que realiza plenamente o bem.
Seu futuro se torna imprevisível!
É
ótimo perceber que, com isso, ele é chamado à fé, que lhe oferece
a certeza de que o bem triunfará no final, e que a dignidade humana,
relacionada com a verdade, não pode ser considerada um meio, mas
sempre fim em si mesma. Esta foi a compreensão de Nicodemos, do cego
de nascença e de todos os que reconhecem em Jesus o Messias
esperado.
O
tema central, do presente relato, deixa de ser a luta entre a luz e
as trevas, e passa a ser a chegada da salvação, aguardada para o
fim dos tempos: quem acolhe Jesus é iluminado pela Verdade, e nada
tem a temer, pois, no dizer de S. Agostinho: “Cristo veio e
manietou o Mal” (Serm. 37).
Portanto,
a Soberania de Deus não só é futura, mas também atual, e a mão
do Filho se torna uma extensão amorosa da mão do Pai, podendo Ele
dizer que é “pelo dedo de Deus”, que realiza tudo quanto é bom
para o ser humano.
+Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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