Reflexão do Evangelho – Domingo, 05 de agosto


Reflexão do Evangelho – Domingo, 05 de agosto
Jo 6, 24-35 - Jesus em Cafarnaum – Familiaridade com o povo.


Em Cafarnaum, Jesus se mostra tão humano: nada de gestos grandiosos, palavras arrebatadoras; com familiaridade se relaciona com o povo, criando ao seu redor uma atmosfera de alegria, de paz, de amor. De fato, para espanto dos escribas, vindos de Jerusalém, eles notam que o povo se sentia à vontade, perguntando-lhe, familiarmente: “Rabi, quando chegaste aqui?”. Sinal de um relacionamento franco, fraterno, amigo, existente entre eles, relacionamento que não descamba para o populismo ou para a demagogia; simplesmente, testemunha quão humano, compreensível e acolhedor é Jesus.
Mesmo quando Jesus se define como “Filho do Homem”, em hebraico Ben Adam, expressão redundante de tipo semítico, Ele não se apresenta na postura de sacralidade de um profeta escatológico. Antes, apaixonado pela humanidade, pela qual se sacrificará, Ele deseja abraçar todas as pessoas criadas à imagem divina. Dedica-lhes atenção, carinho, pois em cada uma delas está, virtualmente, o todo: a pessoa humana não é uma parte do ser humano, assim como as Pessoas da Trindade não são partes de Deus.
Então, as perguntas se alternam, levando alguns, maravilhados com seus gestos e palavras, a procurarem saber o que era preciso fazer para “trabalhar nas obras de Deus”. A resposta é imediata e simples: “A obra de Deus é que vós creiais naquele que Ele enviou” e que compreendais que há algo mais do que o alimento ou o bem-estar físico. E, para que não houvesse dúvida, Ele acrescenta: “Trabalhai, não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna”.
Notável desafio! Em sua situação concreta e em sua natureza individual, as pessoas trazem marcas e tendências desordenadas e egocêntricas; porém, elas são mais do que todo condicionamento, e, em sua dignidade, são livres para doar-se a Deus e a seus semelhantes. Então, o pão material, multiplicado pelo Senhor, assume a figura do pão “vindo do céu”, figura dAquele que veio de junto do Pai, para devolver o ser humano a si mesmo e à sua autêntica e única relação irrepetível com Deus.
Procurando ser fiel e ser breve, S. Gregório de Nissa dirá: “Toda pessoa traz, no mistério de sua vida, a marca indelével da divindade”.



+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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