Reflexão do Evangelho - Domingo, 10 de março
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
10 de março
Lc
4,1-13 – As tentações de Jesus
Por
uma opção livre e pessoal, Jesus vai ao deserto, onde permanece por 40 dias.
Humanamente, colocou-se numa situação muito difícil de sobrevivência, sem
comer, com o risco de desidratar-se... uma loucura! Contradição à lógica da
vida, inimiga de uma situação semelhante. Ele quer solidão, espaço de
recolhimento e de oração, para dialogar com o Pai, e, despojado, entre as
coisas, entender melhor a voz das pessoas e a miséria do coração daqueles aos
quais Ele iria anunciar o Reino de Deus.
Sem
titubear, no pleno domínio de si mesmo, rejeita as ilusões e pretensões de um
futuro prazeroso e tranquilo. Faminto, Ele ora, medita, quer ser livre, quer que
todos vivam em paz. À oferta do Tentador, sem se desviar de sua missão, responde:
“Nem só de pão vive o homem, mas da Palavra que sai da boca de Deus”. Volta a
orar... O silêncio o envolve... a voz do Pai... voz de amor... amor que tudo
preenche, amor que assinala ao Filho sua missão redentora.
Irredutível em seu propósito, nada O
abala. O Tentador não desiste. Multiplicam-se as provocações: do alto da
montanha, ele promete riquezas, poderio político, dar-lhe os reinos do mundo, um
mar de sugestões, que fascinam, que enfeitiçam. Armadilhas, que o Senhor evita
e, sereno, sem se deixar levar por impulsos, as destrói com a sublime oferta do
pão atemporal, sua própria vida, para a salvação da humanidade toda inteira.
As
palavras do Tentador soavam como proposições absurdas, desbaratadas, que nada
diziam. Tentativas para afastá-lo do cumprimento da missão dada pelo Pai. Meras
sugestões, atrações, mas nenhum consentimento de sua parte.
Vencido,
o Tentador percebe o sussurrar de uma voz: “Ele é Aquele que saciará a fome
espiritual dos que partilham seu pão com os famintos e pobres do mundo; e, no
tempo oportuno, entregará sua vida nas mãos do Pai, que o ressuscitará no
terceiro dia”.
Do
outro lado da montanha, não muito distante, um hino triunfal já se eleva. Soam
as bem-aventuranças, fonte de perdão e de misericórdia para todos os de coração
humilde e simples.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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