Reflexão do Evangelho - Domingo, 31 de março


Reflexão do Evangelho
Domingo, 31 de março
Lc 15,1-3.11-32 – Deus, Pai misericordioso - Parábola do filho pródigo


       
        Deus, Pai misericordioso, solícito, pronto a perdoar e acolher, em sua inesgotável bondade, os pecadores arrependidos. Na realidade, o sentido dessa declaração de Jesus só se torna clara, quando, pela graça divina, se assume o caráter dinâmico da proporcionalidade direta entre a ignorância, gerada pelo pecado, e o impulso interior do amor, que conduz à união pessoal com Deus.
Preservados das perturbações do espírito, libertados da situação pecadora, que nos separa e nos distancia de nossos semelhantes, nós, quais cidadãos do Reino, percebemos a proximidade concreta de Deus e alcançamos nossa autêntica realização como pessoa humana. Jesus nos ensina a viver, a amar, a perdoar.   
        Para ilustrar essas suas palavras, Jesus conta a parábola do filho pródigo. É a breve história de um jovem, que esbanjou, totalmente, em terras distantes, o que tinha recebido em herança. No primeiro momento, tudo foi agradável, tudo era alegria, tudo parecia inebriante. Mas logo depois, sem mais dinheiro, percebe que aquela vida não se sustentava. Então, ele pensa no lar, no pai... no fundo do seu coração, um apelo, um forte apelo, para se relacionar, interiormente, com o mundo, com as pessoas.
“Ah, que sujeito egoísta eu sou! ”. Arrependido, ele resolve voltar. É um novo nascimento... uma nova esperança!
Ao longo do caminho, o canto dos pássaros, o silêncio, dizendo mil coisas aos seus ouvidos, seu coração acelera; o que iria ele dizer ao seu pai? Prostrar-se a seus pés? Pedir-lhe perdão? Finalmente, ao longe, ele divisa sua casa, à porta, pela estatura e pelo modo de se apoiar nos batentes, seu pai, que ao reconhecê-lo vem ao seu encontro, correndo, abraça-o, reveste-o de roupas novas e coloca em seu dedo o anel de família. Ele tenta dizer algo, balbucia, mas a misericórdia do pai precede o seu arrependimento.
A emoção de ambos é enorme! O pai, sem moralizar, sem prescrever normas, acolhe seu filho e o conduz ao aconchego do lar, “porque seu filho, diria Tertuliano, perdido e reencontrado, tornava-se mais querido, pois reencontrado”. À reação áspera, dura do filho mais velho, diz o pai: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Era necessário fazer festa, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi encontrado”.
Conclui Tertuliano: “E um pai, mais pai que Deus, não há. Tu que és seu filho, saibas que mesmo após ter Ele te adotado, se tu o abandonas e voltas nu, Ele te receberá: Ele se alegrará ao te rever”.

+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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