Reflexão do Evangelho - Domingo, 19 de maio


Reflexão do Evangelho
Domingo, 19 de maio
Jo 13,31-35: Ser cristão, o que significa?

Em Antioquia da Síria (At 11,16), o grupo dos discípulos de Jesus recebe um nome bastante significativo. Considerados seguidores do Messias, o Ungido, em grego Christós, a administração romana, querendo distingui-los dos judeus, aos quais eles não se identificavam totalmente, acrescentaram o morfema latino de adjetivo e passaram a chamá-los de “cristãos”: aqueles que professam a religião de Cristo.
Biblicamente, ser discípulo consiste em acolher e assimilar as palavras do Mestre, Jesus, que prometeu aos seus amigos não deixá-los órfãos, abandonados. Belas e verdadeiras, suas palavras iluminam os discípulos, que, amparados, com tal companhia, integram-se ao Povo do Êxodo a caminho da Terra Prometida, ou seja, é o próprio Jesus, que “se acostumou” a ser homem para conduzi-los à bondade misericordiosa do Pai.
Decidam-se, amigos: ou a vida ou o pecado!... Ambos são irreconciliáveis...”. Os que acatam a Vida e, com fidelidade, se deixam converter, são chamados cristãos, que, iluminados e fortalecidos pelo Espírito Santo, numa existência orientada para o Pai, vivem o novo mandamento de Cristo: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”.
Revelações, que ultrapassam as previsões dos profetas e místicos... Verdadeira revolução: não dos oprimidos contra os opressores, mas fruto, simplesmente, do amor.
Sempre respeitando a liberdade de cada um, Jesus fala do amor, de um modo surpreendente... O discípulo se vê na condição de “próximo” dos outros, seus familiares, os da própria raça, os inimigos... Pois, não há inimigo que Ele não ame. Dirá S. Agostinho: “Deste modo, tornam-se irmãos do Filho unigênito de Deus, amando-se uns aos outros com aquele mesmo amor com que Ele os amou, e por Ele serão conduzidos à plenitude final, onde os seus desejos serão, completamente, saciados de bens. Então, nada faltará à sua felicidade, quando Deus for tudo em todos” (Com.Jo. Tract. 65,1-3).
Impregnados de afeto e de amor desinteressado, os que O seguem são introduzidos na esfera espiritual do amor divino. E, cientes da grandeza de sua origem, participam da unidade de Deus, entoando, qual S. Francisco de Assis, o louvor a todas as criaturas.



+ Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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