Reflexão do Evangelho - Domingo, 26 de maio
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
26 de maio
Jo
14, 20-26 – Jesus, nosso amigo
Já
era noite. Jesus ceava com os Apóstolos, ambiente de familiaridade e
intimidade. O olhar do Mestre perscrutava o coração de cada um
deles; queria transmitir-lhes algo importante.
Em
meio à refeição, todos se calam diante do modo solene com que
Jesus lhes fala: palavras breves, belas, verdadeiras, brotavam da Sua
alma, e, em cada sílaba, todos sentiam ternura e carinho. Ouviam-nas
como uma despedida: “Meus filhinhos, ainda um pouco de tempo e o
mundo não mais me verá, mas quem tem meus mandamentos e os observa
é que me ama. Eu o amarei e a ele me manifestarei”.
Mas,
pensavam eles: “O que está Ele dizendo?”. Silêncio, emoção...
Voz do mistério, do amor... O Apóstolo Judas Tadeu, que ouvira com
os olhos fechados, como se estivesse longe, ficou surpreso, ao
ouvi-lo dizer que o mundo não mais haveria de vê-lo. Recordava-se
da herança deixada por Moisés: as “Tábuas da Lei”.
E
eles, não mais do que um reduzido grupo de seguidores. Por escrito,
nenhuma declaração... nada... apenas as Suas palavras, meditadas,
conservadas em seus corações. Com razão, diziam os chefes do
Sinédrio: “Com a sua morte, o movimento iniciado por Ele, seria
extirpado. Portanto, era necessário arrancar a árvore, antes que
produzisse os primeiros frutos”.
Mas,
e a missão deles? Não seriam eles anunciadores do julgamento e da
salvação? Críticos da ordem “existente”? Porventura, o Mestre
não os tinha feito sonhar com um mundo futuro de justiça e de paz?
Porém,
em sua trajetória humana, o Senhor tinha deixado bem claro que
ninguém estava excluído do seu amor, nem seria por Ele
discriminado. A Lei Maior, que promoveria a construção de uma nova
sociedade, não seria a força das armas, mas seu novo mandamento:
“Amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei”.~
O
amor, causa da salvação definitiva da humanidade, estabelece “a
sublime comunhão, no respeito sagrado, amoroso e humilde” entre
todos; mas também, na medida em que se faz presente em seus
corações, ele começa a fermentar no seio da sociedade, produzindo
muitos e preciosos frutos: a paz, a solidariedade, a cooperação
mútua, a vontade de doação, a misericórdia.
S.
Agostinho, revivendo a experiência do seu encontro com a Palavra de
Cristo, exclama: “Deus ama cada um de nós como se houvesse só um
de nós para amar”. Neste encontro cálido, terno, generoso,
misericordioso, ele canta a glória do Senhor, e se torna ele mesmo
este cântico de glória, pois “vive Deus em sua vida, como alma de
sua alma, amor do seu amor”.
+Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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