Reflexão do Evangelho - Domingo,05 de maio
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
05 de maio
Jo
21, 1-19 – Pesca miraculosa
Em Cafarnaum, algo muito estranho
acontecia. A população sentia-se desconcertada. E não era para menos, pois,
alguns dias após a morte do Mestre, os Apóstolos, alegres e tranquilos,
caminhavam entre eles, como se nada tivesse acontecido. Tudo indicava que
tivessem voltado à vida normal: mas, para não ficarem ociosos, eles tinham
retomado suas atividades de pescadores e, à noite, lá estavam, no lago,
pescando.
Em suas fisionomias, eles refletiam uma
“esperança crucificada”, aberta, não a um mundo de sonhos e fantasias, mas ao
dom de uma vida nova, sinal de esperança dos que caminham, quais peregrinos, à
sombra da cruz. Ouve-se o Apóstolo Paulo exclamar: “Cristo ressuscitou, primícias
dos que morreram! ” (1Cor 15,20).
Na Galileia, na terra deles, para onde o
Senhor os tinha enviado, na expectativa do cumprimento do mandato do Mestre,
seus corações, certamente inquietos, refletiam as mesmas palavras, que, mais
tarde, dirá S. Agostinho: “Eu temia tanto como à morte ficar preso pelo hábito
rotineiro”.
O
sol já começara a sair, e, apesar das múltiplas tentativas, eles não tinham ainda
conseguido pescar nada. Porém, no lusco-fusco da manhã, eles avistam, na praia,
um vulto... um estranho, que acena, dizendo-lhes: “Jovens, tendes algo para comer?
”.
O
brilho do sol torna-se mais forte... O barco avança em direção à terra firme...
A voz do estranho, sempre serena, soa aos seus ouvidos como uma ordem: “Lançai
a rede à direita do barco e achareis! ”. Lançaram-na e, devido a grande
quantidade de peixes, não tinham forças para arrastá-la.
Seus
olhares voltam-se, imediatamente, para Aquele vulto, lá na praia. O rosto,
envolto nas névoas matinais, parecia-lhes familiar.... Desta vez, mais próximos,
a uns 30 metros de distância, aí, num vislumbre, João O reconhece e segreda a
Pedro: “É o Senhor! ”. Impetuoso, ardoroso, Pedro se atira ao mar e vai ao
encontro do Mestre. No dizer de S. Agostinho: “A pesca miraculosa tende à terra
firme do eterno, onde Cristo nos precede”.
Emoção,
profunda alegria... Pisando a areia da praia, eles O ouvem dizer: “Trazei
alguns dos peixes que apanhastes”.
Seus
lábios, como que entorpecidos, não conseguem dizer sequer uma palavra.
Acercam-se d’Ele... Olhos de ternura e de bondade... Momentos de convívio e de paz.
Juntos, assentados, tomam a refeição, ceia da amizade e do amor, raio divino,
antecipação da eterna felicidade dos filhos da Ressurreição.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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