Reflexão do Evangelho - Quarta-feira, 03 de maio


Jo 14,7-14 - Eu sou o caminho, a verdade e a vida.




Jesus é o caminho para o Pai. Caminho prefigurado pelo povo de Israel, que atravessou o deserto conduzido por Moisés para chegar à Terra Prometida. No tempo presente, com “nossos olhos agora iluminados pelo colírio da fé”, no dizer de Agostinho, somos conduzidos não por Moisés, mas pelo Divino Mediador, pois diz Jesus: “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim”. Ele é a manifestação da ternura e do amor de Deus para quem se dispõe a receber, através de seu modo de proceder e de sua prática de vida, a ajuda misericordiosa do Pai. Quem confia em Jesus, pauta sua vida na prática de Jesus, garantia de chegar à comunhão salutar com Deus e à realização humana, pois Ele é profunda e surpreendentemente humano para com seus semelhantes.
Na pessoa de Jesus, Deus veio ao mundo para buscar “a ovelha desgarrada” e, quando o Filho se eleva ao Céu, “apresenta ao Pai a humanidade reencontrada” (Santo Irineu). Se o apelo de João Batista se liga a uma prática ascética de conversão e de penitência, o apelo de Jesus à conversão fala de convivência com Jesus, que os apóstolos puderam experimentar na “comensalidade”, ao comer e beber na companhia dele, sinal da experiência da misericórdia de Deus, decisiva e definitiva.
 Após a morte de Jesus, como ficaria tudo isso? Essa convivência com Jesus perdura e se prolonga através da experiência do ato de conversão e redenção dos pecados, acontecimento salvador, que efetiva a ação libertadora de Jesus como caminho para o Pai. Em outras palavras, em Jesus, Deus tornou-se íntimo dos homens, pois os pecadores que caminham contemplam nos olhos de fé de Jesus, o infinito amor do Pai por eles.
Por conseguinte, Jesus é o caminho e a verdade para se chegar à vida de comunhão com o Pai. Se acolhermos Jesus e vivermos a sua mensagem, seremos conduzidos por Ele, chegaremos ao Pai e, maravilhados, reconheceremos que Jesus é a face humana de Deus. A verdade, revelada por Cristo, é vida na comunhão com o Pai e é comunhão de vida com os irmãos. Pois a prática das virtudes, por meio da palavra, do ser ou do querer, cria um dinamismo interior que nos possibilita viver em comunhão com o Pai e dar acolhida ilimitada ao próximo. Desse modo, participamos sempre mais da vida divina e, juntos com Santo Irineu, podemos dizer: “A glória de Deus é a vida do homem, e a vida do homem é a visão de Deus”.


+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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