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Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 01 de Janeiro

Reflexão do Evangelho Lc 2, 16-21- Santa Mãe de Deus, Maria Quinta-feira 01 de Janeiro               No vigésimo ano do reinado de César Augusto, todos deviam se inscrever nas listas de recenseamento. José e Maria foram a Belém, pátria de Davi, pastor e depois rei, onde nasceu Jesus, o bom Pastor, o rei Messias. Outros diversos paralelismos dão um sabor todo especial a este relato. Ao falar dos pastores, que montavam guarda ao seu rebanho, salienta-se o fato de eles terem visto sinais nos céus, “durante as vigílias da noite”. A seguir, o Evangelista destaca a luz que brilha nas trevas, luz fulgurante que envolve os pastores, “que ficaram tomados de grande temor”. De repente, o silêncio é rompido por um anjo do Senhor que, após tranquilizar os pastores, lhes anuncia “uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Messias Senhor”. Ao anjo, une-se uma “multidão do exército celeste” que louva a Deus. Maravilhados, os pastores veem os anjos e

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 31 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Jo 1, 1-18 - Prólogo do 4º Evangelho - A Palavra se fez carne Quarta-feira 31 de Dezembro                Com um hino a Jesus, preexistente à criação, da qual Ele participa com o Pai eterno, inicia-se o Evangelho de S. João: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito de tudo (panta) o que existe”. O Verbo é a Palavra eterna, o Filho de Deus, fonte da graça e da verdade, pelo qual tudo (panta) foi criado. O termo grego panta, sem artigo, designa todas as coisas e, igualmente, cada uma delas. Todas as coisas foram feitas por Ele, porque na medida em que Ele se doa surge a vida e resplandece a luz da verdade. A criação não é uma imensa massa inerte e indiferente. Ela é infinitamente fecunda, porquanto ela se refaz continuamente naquele pelo qual tudo foi criado. No entanto, “Ele veio para o que era seu e os seus não o receberam”, eles não ac

Reflexão do Evangelho - Terça 30 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc  2, 36-40 – Apresentação de Jesus - Profecia de Ana Terça 30 de Dezembro        As palavras iniciais, “concluídos os dias da sua purificação”, são uma proposição circunstancial, utilizada pelo Evangelista S. Lucas para mostrar a conformidade legal da Sagrada Família e, ao mesmo tempo, para anunciar Aquele que “veio para cumprir a Lei e os profetas”. Tal cumprimento não se limita à observância material da Lei, mas se estende à futura vida pública de Jesus, que a interpretará à luz da herança espiritual autêntica de Moisés, “segundo o Espírito”, que o inspirou. Então, “Maria e José levaram-no a Jerusalém a fim de apresentá-lo ao Senhor”. No Templo, encontram-se duas pessoas: Simeão, a quem tinha sido revelado que não veria a morte antes de ver o Messias, e Ana, uma profetiza. Com palavras ardentes, ambos se referem ao futuro de Jesus, que leva em si a verdadeira redenção de Jerusalém e a bênção para todas as nações. A cena do Templo expressa o mistério

Reflexão do Evangelho - Domingo 28 Dezembro e Segunda-feira 29 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 2, 22.39-40 - Apresentação de Jesus (Sagrada Família) Domingo 28 Dezembro e Segunda-feira 29 de Dezembro        Fiéis às leis e normas do seu povo, Maria e José levam Jesus ao Templo para apresentá-lo a Deus. Ao vê-los, Simeão pega o Menino, que estava nos braços de sua mãe. Momento solene e comovedor, ele dá graças a Deus e declara ser o Menino a glória de Israel e a salvação para todas as nações. Simeão torna-se, no dizer de S. Agostinho, “um desses pequenos a quem é prometido o Reino”.  Pois, continua S. Agostinho, “o justo Simeão viu-o também com o coração, pois o conheceu recém-nascido; e viu-o igualmente com os olhos porque o tomou entre os braços. Vendo-o de um e de outro modo, reconhecendo-o Filho de Deus e abraçando o gerado da Virgem, deu seu último suspiro: ‘Agora, Soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque meus olhos viram a tua salvação”. Nos braços de Simeão, o Filho de Deus, o Salvador da humanidade

Reflexão do Evangelho - Sábado 27 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Jo 20, 2-8 – Ressurreição do Senhor (Comemora-se S. João) Sábado 27 de Dezembro        No primeiro dia da semana, bem cedo, o sol ainda não tinha despontado e Maria Madalena já se dirige ao túmulo de Jesus. A pedra, que estava diante dele, fechando-o, estava removida. Admirada, talvez assustada, ela corre até Simão Pedro e ao outro discípulo, que céleres se dirigem ao túmulo. João vai mais rápido, por causa da sua juventude, também, comentam alguns S. Padres, “pelo seu zelo de amor”. Fariam a verificação, assim dita oficial, do túmulo vazio. Tendo chegado primeiro, o Apóstolo João inclinou-se na abertura, mas não ousou entrar, espera por Pedro, sinal sem dúvida de notável deferência, primeiro sinal de reconhecimento do primado do Apóstolo Pedro.         Pedro entra, também “o outro discípulo, aquele que tinha chegado primeiro ao túmulo”, e ele “vê e crê”. Ao Apóstolo Pedro cabe a precedência, a João, o discípulo amado, a fé. É o despontar da fé na ressu

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 26 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 10, 17-22 - Os missionários serão perseguidos Sexta-feira 26 de Dezembro        Os discípulos não deveriam alimentar ilusões: a missão que Jesus lhes confiava teria momentos de alegria e de convivência com aqueles que acolheriam a sua mensagem, mas também momentos de perseguição e de ódio por causa do seu nome. Na realidade, por proclamarem a mesma mensagem que Ele, com palavras e ações, eles deveriam estar preparados para receber igual reação dos seus inimigos. Ao contrário do bem, o mal não deixa de ser violento. Daí suas palavras de alerta: “Eis que vos envio como ovelhas entre lobos”.            Jesus, em sua pessoa, expressa a exigência de se decidir, e a decisão deve ser radical. Certamente, até os discípulos mais corajosos tremeram diante das palavras do Mestre. Mas para consolá-los, Jesus assegura-lhes que não os abandonará. E não só. Ele lhes enviará o Espírito Santo, que haverá de sugerir-lhes o que devem dizer em sua defesa. Em outras pala

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 25 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 2, 1-14 - Nascimento de Jesus Quinta-feira 25 de Dezembro               Natal, vinda do Filho de Deus, que “se torna, escreve S. Beda, partícipe da nossa natureza, tornando-nos participantes da sua graça”. Maravilhado, exclama S. Agostinho: “Desperta, ó homem, por tua causa Deus se fez homem”. A salvação entrou no mundo, pois quem nasceu de Maria é o nosso Salvador, “que assumiu nossa humanidade para nos comunicar as riquezas da vida de Deus” (Orígenes). Alegrem-se os céus, exulte a terra, porque aquele que é do céu está agora na terra.        Tudo que é de Deus nos é comunicado por Jesus. Daí anunciarem os anjos aos pastores: “Alegrai-vos, nasceu-vos o Salvador”. Na luz divina, participamos da alegria dos pastores e somos iluminados pela Criança que nasce em Belém. Natal não é um simples momento comovedor e romântico da família. É a celebração da encarnação do Filho de Deus, nascido do seio puríssimo da Virgem Maria. Comemorá-lo é ir ao presépio de

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 24 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 1, 67-79 -  Benedictus - Nada é impossível a Deus Quarta-feira 24 de Dezembro        O anúncio do Evangelho é fonte de alegria e de esperança, é a realização das promessas preditas pelos profetas e patriarcas. Com a vinda de Cristo, o mistério de Deus deixou de ser o estranho longínquo e enigmático para tornar-se o “habitat”, a realidade mais íntima, de todo aquele que acolhe a sua mensagem. Na língua alemã, a palavra mistério, Geheimnis, exprime justamente o conjunto ou a presença intensa (ge) do mistério na morada (heim) interior daquele que o acolhe. Nesse sentido, Cristo não é apenas um modelo externo a ser seguido na vida moral, mas Ele é a lei interior de nossa vida espiritual. Ele ora dentro de nós, responde aos nossos anseios mais íntimos, angústias e incertezas, e realiza nosso encontro com o Pai, manancial inesgotável de sentido e de esperança. É o despontar da vida no Espírito, experiência mística, vivida e contemplada por Maria e Zacarias.

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 23 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 1, 57-66 - Natividade de S. João Batista Terça-feira 23 de Dezembro                 O último dos profetas do Antigo Testamento, João Batista, tem por missão preparar a vinda de Jesus, o Salvador. Graças ao paralelismo traçado pelo Evangelista S. Lucas entre ele e Jesus, sua missão se realiza desde o seu nascimento. Sua circuncisão, cerimônia de entrada na comunidade de Israel, é celebrada, segundo a prática judaica, com festas e com a presença de parentes e vizinhos. Muitos participam daquele momento festivo, acotovelam-se, trocam ideias e comentam entre si o fato extraordinário de Isabel, mulher já idosa, ter concebido um filho. Acontecimento comovedor, ocasião de grande regozijo.           Finalmente, chegada a hora da cerimônia, um nome devia ser dado à criança. Ele devia refletir a história da família. Mas grande foi o espanto de todos quando Isabel diz que ele se chamaria João. Alguns chegaram a objetar, outros insistiam que ele recebesse o nome

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 22 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 1,46-56 – O Magnificat Segunda-feira 22 de Dezembro                     Ao iniciar o relato da visita de Maria à sua prima Isabel, com a expressão “naqueles dias”, S. Lucas nos remete às origens da fé cristã. Tudo sucede no quadro de uma jovem que ouve a Palavra de Deus e com prontidão vai à casa de sua prima Isabel para servi-la. Unem-se os destinos das duas mães, Maria e Isabel, e de seus filhos, Jesus e João Batista. Tocada pela graça, envolvida pelo Espírito Santo, “Maria vai, segundo S. Bento, no passo alegre da obediência e na agilidade do temor de Deus”. S. Ambrósio diz por sua vez que “Maria é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir seu dever de parente e pela pressa do júbilo. Repleta de Deus, como não alcançaria vivamente os cumes da caridade? O dom do Espírito Santo ignora toda demora!”        Maria parte com a prontidão da caridade. Ao vê-la, os olhos interiores de Isabel se abrem e ela vislumbra uma luz que ninguém

Reflexão do Evangelho - Sábado 20 e Domingo 21 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 1, 26-38 - Anunciação do Senhor Sábado 20 e Domingo 21 de Dezembro                             Na pequena cidade de Nazaré, no romper do dia, uma jovem de nome Maria estava orando, quando lhe apareceu o arcanjo Gabriel.  Para seu espanto, ele anuncia que o Espírito Santo descerá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra, assim como a nuvem, presença de Deus, tinha descido sobre o monte Sinai. Por isso, aquele que nascer dela será santo e chamado Filho de Deus. Com a resposta: “Seja feita a tua vontade”, Maria acolhe em sua humanidade a ação santificante do Espírito divino, que preside ao nascimento de Jesus. S. Justino e S. Irineu leem esta passagem à luz do relato do Gênesis e traçam um paralelo entre Maria e Eva, “a mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência dos primeiros pais, causa decisiva do pecado original. Do mesmo modo, diante da pergunta: “Como é que vai ser isso?”, o anjo conduz Maria à fé e à obediênc

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 19 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 1, 5-25 - Anúncio do nascimento de João Batista Sexta-feira 19 de Dezembro        Estava Zacarias no Templo para desempenhar suas funções sacerdotais. De acordo com o que era prescrito, ele entra no Santuário para oferecer incenso, enquanto o povo permanecia fora, em oração. Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor, que lhe anuncia: “Não tenhas medo, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, vai ter um filho ao qual porás o nome de João”. Deus se manifesta no recinto sagrado, durante um ato litúrgico, o que confere às palavras do anjo um alcance bem mais amplo e profético do que o fato da maternidade de Isabel. É resposta de Deus à prece de Zacarias. Mas também resposta de Deus à súplica de todo o povo fiel: “Terás alegria e regozijo, diz o anjo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento”. A iniciativa da Boa Nova vem do anjo do Senhor, vem de Deus e é manifestação da sua vontade. Os nomes de Zacarias (Deus se recorda), Isabel (Deus

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 18 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 1, 18-24 - Esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus Quinta-feira 18 de Dezembro Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus se encarnou no seio puríssimo da Virgem Maria. Anunciadas ao longo do Antigo Testamento, realizam-se as esperanças e promessas de Israel. O nascido de Maria é o filho de Davi e de Abraão, pai de todos os povos. Assim, embora profundamente judeu em suas concepções, o Evangelho de S. Mateus apresenta uma rigorosa interpretação missionária e universalista da fé da Igreja nascente. Nesse sentido, mesmo quando descreve a árvore genealógica de Jesus, ele procura não só demonstrar a pertença de José à família de Davi, mas também realçar que o reino de Jesus vai muito além das promessas feitas a Davi: o seu reino é o reino do próprio Deus.        Aquele que “nem os céus nem os céus dos céus podem conter” revela-se como aquele que se aproxima dos seus, “como nenhum outro Deus se aproximou do seu povo”. Ele aceita estar com os seus, para torná

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 17 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 1, 1-17 – Genealogia de Jesus Quarta-feira 17 de Dezembro        O sentido e a importância das genealogias na Bíblia são bem conhecidos. No relato da genealogia de Jesus, o Evangelista S. Mateus apresenta o Antigo Testamento como a história da presença de Deus se comunicando a nós. Na certeza do cumprimento de suas promessas, feitas e reiteradas através dos fatos históricos humanos, logramos chegar não ao conhecimento de um mistério isolado, mas, na dinâmica da História da Salvação, entrevermos um esplendor de luz, e discernirmos, para além da trama do mistério, o vulto do Inefável. O mistério permanece insondável e grandioso. Mas eis que Cristo, estando no seio do Pai eterno, vida plena, verdade perfeita, veio até nós, e torna presente, em sua pessoa e missão, o plano de Deus em seu amor infinito. O fato de ter assumido nossa humanidade no seio da Virgem Maria, não é para sugerir que Ele era alheio aos laços humanos e que tivesse penetrado no mundo

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 16 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 21, 28-32 -  Parábola dos dois filhos Terça-feira 16 de Dezembro               Um agricultor pede aos seus dois filhos para trabalhar em sua vinha. Um deles se dispõe a ir imediatamente, mas não vai, o outro, embora conteste com uma recusa categórica, termina indo. Destaca-se assim o contraste entre falar e agir. O que importa é cumprir a vontade do Pai. Já o profeta Ezequiel afirmava que o justo e o pecador não são julgados em seu ponto de partida, mas no final, por suas obras. Em outras palavras, o homem não é julgado simplesmente pelas suas intenções, mas pelo seu agir, reto, justo, bondoso. O próprio Jesus, em outro momento, afirma que “nem todo aquele que diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (7,21).        Assim de modo singelo e direto, Jesus ilustra o caminho para se chegar ao reino dos céus. Até seus próprios ouvintes, interrogados por Ele sobre “qual dos dois tinha re

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 15 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 21, 23-27 - Perguntas sobre a autoridade de Jesus Segunda-feira 15 de Dezembro        Certa feita, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se de Jesus para perguntar-lhe: “Com que autoridade fazes isso? Quem te deu tal autoridade?” Para Israel a autoridade era dom concedido por Deus em vista de uma missão; para os gregos e romanos era sinal de poder, obtido e consolidado pela força. Desde os primeiros momentos do cumprimento de sua missão, os ouvintes de Jesus se espantavam com seus ensinamentos, pois Ele falava não como os fariseus e escribas, mas com autoridade.  Ele perdoava os pecados e dizia ser o senhor do sábado. Os próprios escribas ficaram surpresos ao ouvi-lo dizer que “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio deles”. Ora, eles próprios ensinavam que “se dois ou três estão unidos para estudar a Lei, Shekinah (presença de Deus) vive no meio deles” (Avot III,2). Não estaria Ele se colocando no lugar

Reflexão do Evangelho - Domingo 14 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Jo 1,6-8.19-28 - Testemunho de João Batista Domingo 14 de Dezembro                Às margens do rio Jordão, destaca-se a austera e solene pessoa de S. João Batista, que veio preparar os caminhos do Senhor. Último dos profetas do Antigo Testamento, ele espera ansiosamente os tempos messiânicos prometidos. Ele não se desloca de um lugar para outro, o que é sugerido pelo verbo latino “ stare ”, pois sua função não é a de procurar por Jesus e segui-lo, mas a de ser o seu precursor e dar testemunho dele. João se autodenominava não o Messias, nem tampouco o profeta Elias, mas “uma voz que clama no deserto”, a voz de um arauto. Aliás, o relato do seu testemunho, fundamental para a fé dos primeiros seguidores do Mestre, reflete bem a originalidade do pensamento do Apóstolo S. João.   Nesse sentido, para valorizar ao máximo a sua função de precursor e de testemunha, o Apóstolo S. João jamais emprega o termo “Batista“ para designar João e a sua missão. Um belo ex

Reflexão do Evangelho - Sábado 13 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 17, 10-13 - Questões sobre Elias Sábado 13 de Dezembro               Deus oferece sinais e suscita profetas para despertar confiança e paz no coração de seus filhos, preparando-os para a vinda do Messias. Entre os profetas, sobressaem Isaías e Elias. E o novo Elias já veio, diz o Evangelho, na pessoa de S. João Batista, o Precursor imediato do Messias, que, de modo claro e solene, anuncia o batismo de arrependimento e de conversão. Muito a propósito, S. João Crisóstomo refere-se ao fato de “Jesus chamar João Batista de Elias, não porque fosse Elias, mas porque ele realizava o ministério próprio do profeta, convocando todos à conversão”.        Conversão não é só uma mudança espiritual. Caso assim fosse, ela poderia levar a pessoa a um álibi, que lhe permitiria permanecer acomodada ou fechada em seu egoísmo e presa à interioridade de uma piedade subjetiva e individualista. O resultado seria a anemia do espírito. Ao invés, a conversão, provada pelas aç

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 12 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 1,39-47 - Visitação de Nossa Senhora (Nossa Senhora de Guadalupe) Sexta-feira 12 de Dezembro Nesta passagem do Evangelho, ao iniciar o relato com a expressão “naqueles dias”, S. Lucas designa os acontecimentos primordiais, e remete seus leitores às origens da fé. A prontidão, disposição constante de Maria, é manifestada no fato de ela ir imediatamente à casa de Isabel para servi-la. O que leva S. Bento a dizer: “Maria vai no passo alegre da obediência e na agilidade do temor de Deus”. E S. Ambrósio por sua vez escreve: “Maria é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir seu dever de parente e pela pressa do júbilo. Repleta de Deus, como não alcançaria vivamente os cumes da caridade? O dom do Espírito Santo ignora toda demora!”        Maria parte com a prontidão da caridade. Ao vê-la, os olhos interiores de Isabel se abrem e ela vislumbra uma luz que ninguém poderá obscurecer. Em seu seio, a criança estremece e “Isabel ficou cheia d

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 11 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 11, 11-15 - Testemunho sobre João Batista Quinta-feira 11 de Dezembro                Os chefes religiosos do povo judeu se sentiam incomodados com a pregação de João Batista . Qual arauto de Deus, sem dar maior importância às exigências cultuais e às prescrições da Lei, ele ensinava as pessoas, no dizer de Flávio Josefo, “a viver uma vida pura e justa umas com as outras”. Indignados, eles o criticavam por não condenar os publicanos nem os soldados, ele simplesmente os exortava a não cobrar mais do que era devido e a evitar a violência e a crueldade. Porém, sua voz tornava-se severa e cáustica, quando se referia ao dever moral e às normas éticas da Lei. De dedo e riste, como um profeta, assim o povo o considerava, ele acusa publicamente Herodes Antipas, administrador da região do Jordão, por ter contraído casamento incestuoso com Herodíades. Além de parente, ela era mulher de seu meio-irmão, fato duplamente proibido pela Lei de Moisés.          No cár

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 10 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 11, 28-30 - Vinde a mim todos os que estais cansados Quarta-feira 10 de Dezembro Um dia, voltando-se para os peregrinos que o acompanhavam, disse-lhes Jesus: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo”. A expressão “fardo” ou “jugo” era, aliás, muito empregada pelos judeus para exprimir a submissão a Deus. Assim, eles se referem ao fardo da lei, dos mandamentos e ao jugo do Reino. No Evangelho, Jesus diz que o seu “jugo é suave”, o que para o leitor grego significa um jugo “bem ajustado”, “adequado”. As exigências que pesavam sobre a conduta religiosa e moral, isto é, as prescrições que provinham da Lei divina, dos oráculos proféticos, também das doutrinas dos mestres e das autoridades religiosas, seriam adequadas aos que buscavam a santidade de vida e se dispunham a segui-lo. “Vinde a mim”, exclama Jesus, mostrando que o seu jugo ou fardo, antes de se traduzir em lei ou prescrições, é uma relação pessoal que se estabelece en

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 09 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Mt 18, 12-14 -Parábola da ovelha perdida Terça-feira 09 de Dezembro        Para não incorrerem em impurezas legais, os fariseus tinham estabelecido regras rigorosas sobre como se manterem distantes dos que eram tidos em conta de pecadores. Em sua rigidez, eles negavam emprestar-lhes dinheiro ou lhes pedir algo. Não lhes davam uma filha em casamento, nem os convidavam como hóspedes. Mas eis que Jesus acolhe os pecadores, frequenta suas casas e “come com eles”. Eles ficam desconcertados e escandalizados com a liberdade de Jesus, o que leva S. Cirilo de Alexandria a perguntar: “Dize-me, fariseu, por qual motivo lamentas que Cristo não se tenha negado a estar com publicanos e pecadores, mas lhes tenha proporcionado os meios de salvação?” A resposta é dada pelo próprio Jesus, através da parábola do pastor que vai à procura da ovelha desgarrada. Quando a encontra, transporta-a alegremente sobre seus ombros e desperta os demais pastores para que participem de su

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 08 de Dezembro

Reflexão do Evangelho Lc 1, 26-38 - Anunciação do Senhor (Imaculada Conceição) Segunda-feira 08 de Dezembro                              Na pequena cidade de Nazaré , no romper do dia, uma jovem de nome Maria estava orando, quando lhe apareceu o arcanjo Gabriel.  Para seu espanto, ele anuncia que o Espírito Santo descerá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra, assim como a nuvem, presença de Deus, tinha descido sobre o monte Sinai. Por isso, aquele que nascer dela será santo e chamado Filho de Deus. Com a resposta: “Seja feita a tua vontade”, Maria acolhe em sua humanidade a ação santificante do Espírito divino, que preside ao nascimento de Jesus. S. Justino e S. Irineu leem esta passagem à luz do relato do Gênesis e traçam um paralelo entre Maria e Eva, “a mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência dos primeiros pais, causa decisiva do pecado original. Do mesmo modo, diante da pergunta: “Como é que vai ser isso?”, o anjo conduz Mari