Reflexão do Evangelho - Terça-feira 09 de Dezembro
Reflexão
do Evangelho
Mt
18, 12-14 -Parábola da ovelha perdida
Terça-feira 09 de Dezembro
Para não incorrerem em impurezas legais,
os fariseus tinham estabelecido regras rigorosas sobre como se manterem
distantes dos que eram tidos em conta de pecadores. Em sua rigidez, eles
negavam emprestar-lhes dinheiro ou lhes pedir algo. Não lhes davam uma filha em
casamento, nem os convidavam como hóspedes. Mas eis que Jesus acolhe os
pecadores, frequenta suas casas e “come com eles”. Eles ficam desconcertados e
escandalizados com a liberdade de Jesus, o que leva S. Cirilo de Alexandria a
perguntar: “Dize-me, fariseu, por qual motivo lamentas que Cristo não se tenha
negado a estar com publicanos e pecadores, mas lhes tenha proporcionado os
meios de salvação?” A resposta é dada pelo próprio Jesus, através da parábola do
pastor que vai à procura da ovelha desgarrada. Quando a encontra, transporta-a
alegremente sobre seus ombros e desperta os demais pastores para que participem
de sua alegria.
Na
parábola, os verbos “buscar-encontrar” expressam, antes de tudo, a iniciativa
do Pastor e o seu cuidado para com todas as ovelhas. Observa S. Máximo: “Ele
não se esquece, nem mesmo da mais insignificante, pois Ele se recorda de
todas”. S. Ambrósio, num lampejo brilhante de visão espiritual, observa que “os
ombros de Cristo, sobre os quais ele coloca a ovelha perdida, são os braços da
Cruz, que abraçam a todos, uma vez que Ele veio salvar, justamente, quem estava
perdido”. Impõe-se um princípio: jamais deixar de acolher qualquer uma das
ovelhas, visto que cada uma é objeto do terno carinho do Pastor, que conhece e
chama cada uma delas “por seu nome” próprio, insubstituível. A dor e a
ansiedade, sentidas pelo pastor pela perda de uma só delas, transformam-se em
alegria e festa ao encontrá-la.
Suas
palavras traduzem amor e cuidado pelas ovelhas, consideradas quase como membros
da própria família. Dos lábios de Jesus, as palavras refletem ternura e
misericórdia, quando proclama ter vindo não para condenar, mas sim para salvar
os pecadores, jamais rejeitados. Ele vela por todos os pecadores, e se assenta
com eles à mesa, sugerindo aos fariseus uma guinada espiritual total. Exclama S.
Efrém: “Espetáculo admirável: os anjos temem, por causa de sua grandeza, e os
pecadores comem e bebem com Ele”.
Ainda
hoje, segundo S. Basílio, Jesus nos leva a refletir: “O bom Pastor vai ao teu
encontro e se tu te dás a ele, ele não hesitará e não desdenhará na sua bondade
em te colocar sobre seus ombros, alegrando-se por ter encontrado a ovelha que
estava perdida. E se alguém protesta que tu foste acolhida imediatamente, o
próprio Pai falará em tua defesa dizendo: É necessário festejar e alegrar-se,
porque esta minha filha estava morta e agora retornou à vida, estava perdida e
foi reencontrada”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo
Comentários
Postar um comentário