Reflexão do Evangelho - Terça-feira 16 de Dezembro
Reflexão
do Evangelho
Mt
21, 28-32 - Parábola dos dois filhos
Terça-feira
16 de Dezembro
Um agricultor pede aos seus dois filhos
para trabalhar em sua vinha. Um deles se dispõe a ir imediatamente, mas não
vai, o outro, embora conteste com uma recusa categórica, termina indo. Destaca-se
assim o contraste entre falar e agir. O que importa é cumprir a vontade do Pai.
Já o profeta Ezequiel afirmava que o justo e o pecador não são julgados em seu
ponto de partida, mas no final, por suas obras. Em outras palavras, o homem não
é julgado simplesmente pelas suas intenções, mas pelo seu agir, reto, justo,
bondoso. O próprio Jesus, em outro momento, afirma que “nem todo aquele que
diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus” (7,21).
Assim de modo singelo e direto, Jesus ilustra
o caminho para se chegar ao reino dos céus. Até seus próprios ouvintes,
interrogados por Ele sobre “qual dos dois tinha realizado a vontade do pai”,
sem titubear, respondem: Aquele que se arrependeu e foi trabalhar no campo. Porém,
para surpresa dos chefes do povo e doutores da Lei, Jesus conclui que “os
publicanos e as prostitutas os precedem no Reino de Deus”, pois ouviram a
pregação de João Batista, que veio num caminho de justiça e creram em suas
palavras. Ao contrário, eles não deram sinal de ouvir as suas palavras, que os
exortavam a trilhar o caminho da justiça na prática do bem. Nesse sentido,
observa S. Bento: “Eis para nós a hora de deixar o sono. Tenhamos os olhos
abertos à luz divina, as orelhas sensíveis à voz. Então, escutaremos a potente
voz de Deus que nos solicita todo dia: ‘Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não
fecheis os vossos corações’”.
Após
fazer tais considerações, a feição do Senhor não é sombria nem triste; sua voz
serena e tranquila deixa transparecer o desejo de que eles se convertam e
compreendam que se o fato de “falar de Deus é uma grande coisa, melhor é ser
purificado por Ele” (S. Gregório Nazianzo). E no silêncio do seu amor, Ele nos
encoraja: Ninguém deplore seus pecados, o perdão superou o mal; ninguém tema a
morte, a do Salvador nos libertou do seu poder!
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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