Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 11 de Dezembro

Reflexão do Evangelho
Mt 11, 11-15 - Testemunho sobre João Batista
Quinta-feira 11 de Dezembro
      
        Os chefes religiosos do povo judeu se sentiam incomodados com a pregação de João Batista. Qual arauto de Deus, sem dar maior importância às exigências cultuais e às prescrições da Lei, ele ensinava as pessoas, no dizer de Flávio Josefo, “a viver uma vida pura e justa umas com as outras”. Indignados, eles o criticavam por não condenar os publicanos nem os soldados, ele simplesmente os exortava a não cobrar mais do que era devido e a evitar a violência e a crueldade. Porém, sua voz tornava-se severa e cáustica, quando se referia ao dever moral e às normas éticas da Lei. De dedo e riste, como um profeta, assim o povo o considerava, ele acusa publicamente Herodes Antipas, administrador da região do Jordão, por ter contraído casamento incestuoso com Herodíades. Além de parente, ela era mulher de seu meio-irmão, fato duplamente proibido pela Lei de Moisés.  
       No cárcere, ele toma conhecimento das atividades de Jesus, que se mostrava aberto aos pecadores e anunciava o restabelecimento do reino de Deus. Inquieto e com dúvidas, ele envia alguns discípulos para perguntar-lhe: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” Antes mesmo que lhe perguntem, Jesus começa a falar de João Batista como sendo mais do que um profeta, pois nele se realiza a profecia do Êxodo e de Malaquias, que anunciava a vinda do “anjo de Javé, precursor do próprio Deus”. E antecipando a resposta que Jesus lhes daria, o Evangelista S. Mateus descreve o ministério do Mestre e o privilégio de eles presenciarem diversos milagres. De fato, Jesus não lhes responde diretamente, apenas lhes diz: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo, os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”. Admirado, S. Cirilo de Alexandria vê nessas palavras “a esplêndida arte da resposta do Salvador: ele não diz simplesmente “sou eu”. Se o tivesse feito, teria dito a verdade, mas ele os conduz à prova manifestada pelas suas próprias obras”. O testemunho das obras é mais forte do que o das palavras.
Satisfeitos com a resposta, eles retornam a João. Jesus os acompanha com um olhar pensativo e distante, e dirigindo-se aos Apóstolos confessa: “Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior do que João”.  No entanto, quão grande seja João Batista, tão pequeno é ele, o menor, comparado aos que pertencem ao Reino de Deus, àqueles que acolhem a boa nova do amor e da misericórdia proclamada por Jesus. Os que o seguem não mais precisam esperar pelo Messias, o Reino anunciado já é uma realidade, o caminho de Deus já foi aplainado, e o cordeiro que redime o mundo do pecado é Ele mesmo, o Cristo de Deus.


 Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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