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Mostrando postagens de março, 2015

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 31 de Março e Quarta-feira 01 de Abril

Reflexão do Evangelho Jo 13, 21-33.36-38 e Mt 26, 14-25 - Anúncio da traição de Judas Terça-feira 31 de Março e Quarta-feira 01 de Abril        A declaração de Jesus: “Um de vós me entregará”, inscreve-se no coração mesmo da última ceia. Justamente pela sua imprecisão, suas palavras trazem inquietação e perplexidade. Os Apóstolos se entreolham e se perguntam: Quem será? Sem obter uma resposta direta, todos notam o olhar triste do Mestre ao pronunciar o salmo: “Aquele que come comigo ergueu o calcanhar contra mim”. Confusos, temerosos, inseguros, eles se perguntam um depois do outro: “Não sou eu, sou?” Escreve Orígenes: “Jesus fala, de modo geral, para provar a qualidade de seus corações, para mostrar que os Apóstolos acreditavam mais nas palavras do Mestre, que em sua própria consciência”. Também Judas, após hesitar um instante, ousa perguntar: “Porventura sou eu?” Angustiado pela incerteza, Pedro recorre ao discípulo, que estava ao lado do Mestre, para saber quem era o trai

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 30 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 12, 1-11 - A unção de Betânia Segunda-feira 30 de Março        Pasmos, os convivas veem uma mulher que, durante a refeição, aproxima-se de Jesus e lava os seus pés com um precioso perfume. O fato de ungir os pés e a cabeça de um convidado era prova de respeito, muito frequente naquela época. Seu gesto, porém, é recriminado, principalmente, por Judas Iscariotes, caracterizado como traidor e como aquele que, sob o véu da piedade e do fingido zelo pelos pobres, esconde a intenção de desviar para si o que era destinado aos pobres. Nada é alheio ao Senhor. Ele não rejeita, nem condena aquela mulher, dizendo aos presentes “Deixa-a; para me ungir no dia de meu sepultamento é que o guardou!”. O gesto da mulher traz à memória o amor gratuito dos pobres, que generosamente se doam, e o valor absoluto do amor a Deus. A pobreza e seus problemas não são enfrentados com a lógica de Judas, bolsa cheia, mas com a lógica do Evangelho, amor gratuito e generoso. Aliás,

Reflexão do Evangelho - 29 de Março - Domingo de Ramos – Semana Santa

Reflexão do Evangelho Jo 12, 12-19 - Entrada em Jerusalém 29 de Março - Domingo de Ramos – Semana Santa        Na abertura da Semana Santa, a entrada triunfante de Jesus na cidade santa constitui o ponto alto de toda a quarta parte do Evangelho de S. João, polarizada pela subida de Jesus à cidade de Jerusalém. Interrogações e incertezas martelavam a mente dos Apóstolos, que recordavam as palavras do Mestre, preparando-os para sua morte. Mas aquele momento, deliberadamente, organizado por Jesus, que caminhava à frente da procissão dos “Ramos”, dava-lhes ocasião de confirmar ser Ele o Messias, ao menos, o Rei do reino iminente. Mesmo extasiados diante da glória de Cristo, eles não deixavam de reconhecer a sua humildade de servo sofredor, manifestada na escolha de sua montaria, um simples asno, alusão ao texto de Zacarias (9,9s). De fato, a escolha de um jumentinho, que sempre foi símbolo de humildade e de paz, evidencia o triunfo da misericórdia divina, mais do que a justiça.  

Reflexão do Evangelho - Sábado 28 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 11, 45-56 - Os chefes dos judeus sentenciam a morte de Jesus Sábado 28 de Março        As opiniões a respeito de Jesus se dividem. Alguns membros do Sinédrio e os fariseus viam-no como um blasfemador, que pretendia superar a Lei, defendida com rigorismo por eles; outros o admiravam e, na linha dos profetas, reconheciam os seus ensinamentos como uma tentativa para alcançar o sentido mais profundo da Lei. Ao Senhor, não lhe escapam os escárnios contra a sua pessoa, nem a atitude nobre e sincera de muitos dos que o ouvem. Essa controvérsia sobre sua pessoa torna-se ainda mais acalorada após a ressurreição de Lázaro. Em meio a um clima tenso, as palavras dos diversos grupos se atropelam, sobressaindo a voz dos que alegam o perigo de repressão por parte dos romanos. Há também aqueles que, enciumados e movidos pela vaidade e soberba, não admitem a presença do povo ao redor de Jesus e “recriminam a si mesmos, observa S. Cirilo de Alexandria, por não terem mat

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 27 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 10, 31-42 - Jesus, o Filho de Deus feito homem Sexta-feira 27 de Março        Após invocar o testemunho do Pai, manifestado em suas obras, Jesus se volta para seus adversários e pergunta ironicamente: “Por qual delas quereis apedrejar-me?” Eles compreendem sua intenção e, com sutileza de espírito, respondem: “Não te lapidamos por causa de uma boa obra, mas por blasfêmia, porque, sendo apenas homem, tu te fazes Deus”. Acusam-no de insultar ao próprio Deus, o que o tornaria merecedor dos maiores castigos, pois, as palavras de Jesus lhes soavam como negação do monoteísmo, do Deus único da Aliança. Jesus não se retrata. De modo tranquilo, porém firme e claro, Ele declara: “Eu e o Pai somos um (hen)”. É o auge da afronta. Seus inimigos alçam a voz e o cumulam de acusações. Segundo eles, todos deviam apedrejá-lo, pois bastava a presença de um só blasfemador para macular a comunidade toda inteira. Isso prova que as palavras de Jesus eram entendidas em seu s

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 26 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 8, 51-59 - Antes que Abraão fosse, eu sou Quinta-feira 26 de Março        Para os fariseus e escribas, Jesus está delirando ao afirmar: “Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a morte”. Pois Abraão e os profetas morreram, como pode Ele prometer que quem acredita nele não vai morrer? Como é possível? A reação deles é grande. Jesus está se referindo à morte espiritual, sem excluir, evidentemente, a ressurreição final do corpo. O ser humano, diz Orígenes, “por sua natureza, corpo e espírito, foi criado para acolher a glória de Deus”. Mas os ouvintes de Jesus, em sua incredulidade, distorcem suas palavras e as interpretam como se significassem, simplesmente, a ausência da morte corporal. Pasmo, desprezo! Os adversários não o entendem e, então, lhe perguntam: “Quem tu pretendes ser?” “Porventura, és maior que nosso pai Abraão?” Sereno, sem nada esperar deles, Ele lhes assegura que sua glória provém do Pai, a quem eles dizem ser “nosso Deus”, que el

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 25 de Março

Reflexão do Evangelho Lc 1, 26-38 - Anunciação do Senhor Quarta-feira 25 de Março                             Na pequena cidade de Nazaré, uma jovem de nome Maria estava orando, quando lhe apareceu o arcanjo Gabriel.  Para seu espanto, ele anuncia que o Espírito Santo descerá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra, assim como a nuvem, presença de Deus, tinha descido sobre o monte Sinai. Com a resposta: “Seja feita a tua vontade”, Maria acolhe em sua humanidade a ação santificante do Espírito divino, que preside ao nascimento de Jesus, o Santo, o Filho de Deus. S. Justino e S. Irineu leem esta passagem à luz do relato do Gênesis e traçam um paralelo entre Maria e Eva, “a mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência dos primeiros pais, causa decisiva do pecado original. Do mesmo modo, diante da pergunta: “Como é que vai ser isso?”, o anjo conduz Maria à fé e à obediência, ao contrário do anjo mau que incita Eva à desobediência e à incredu

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 24 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 8, 21-30 - Origens de Jesus Terça-feira 24 de Março               Diante das restrições de Jesus sobre sua origem, a imaginação dos fariseus que o ouvem corre à solta. A pergunta não é “donde vem Jesus”, mas “para onde ele vai”. Alguns julgam que Ele iria para a diáspora, outros imaginam que Ele iria se matar. Voltando-se para eles, em tom áspero e duro, Jesus diz que não só eles não poderão chegar lá onde Ele estiver; eles “morrerão no seu pecado”. A pretensão de ser virtuoso os deixa na cegueira espiritual, impedindo-os de reconhecer o próprio pecado e de acolher a verdade que os tornaria livres. Fecham-se à luz divina. Embora festejando o dia da Reconciliação, o Yom Kippur, eles não acolhem o Filho que lhes oferece a suavidade do perdão e do amor.          Não só eles, mas outros também têm dificuldade em reconhecer a sua divindade, segundo as próprias palavras de Jesus: “Vós sois daqui de baixo e eu sou do alto, vós sois deste mundo, eu não sou d

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 23 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 8, 1-11 -  A mulher adúltera Segunda-feira 23 de Março               Bem cedo, Jesus encontra-se no Templo, com o povo reunido ao seu redor. “Sentando-se”, na atitude de Mestre, Ele começa a ensinar. Os escribas e fariseus, com o intuito de experimentá-lo, trazem à sua presença uma mulher apanhada em adultério, e, após dizerem que “na Lei, Moisés manda apedrejar tais mulheres”, perguntam-lhe se deviam ou não apedrejá-la. O que eles querem é testá-lo, esperando que Ele se posicione contrário à Lei, para então acusá-lo e levá-lo à condenação. Mas Jesus permanece calado por um longo tempo, como que absorvido por outros pensamentos. Seu silêncio torna-se para eles constrangedor. Inclinado, talvez para não olhar a mulher em sua vergonha, “Ele escrevia na terra com o dedo”. Atitude gentil e respeitosa. Mas como eles persistissem em interrogá-lo, ergueu a cabeça e disse: “Quem dentre vós que não tem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra”. E, inclin

Reflexão do Evangelho - Domingo 22 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 12, 20-33 - Jesus anuncia a sua glorificação Domingo 22 de Março               Aproxima-se o momento doloroso da paixão e morte de Jesus. Acirram-se contra Ele os ânimos instáveis de seus inimigos, sobretudo, a partir do momento em que Ele declara ser o Filho de Deus. Mas ao sacrifício na cruz une-se a sua glorificação pelo Pai, pois “é chegada a hora em que será glorificado o Filho do Homem”. Ao ouvirem essas palavras, os Apóstolos se lembram da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e julgam ter chegado, finalmente, a hora da manifestação gloriosa do Messias.   Jesus, porém, joga água na fervura. Ele começa a falar sobre sua morte próxima e compara a sua missão ao grão de trigo, lançado em terra, dizendo: “Se ele não morrer, permanecerá só; mas se morrer produzirá muito fruto”; a hora de sua glorificação é também a hora de sua paixão. Assim, sua missão reveste-se de morte e vida, de vida na morte, morte que sela a reconciliação da humanidade com o

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 20 de Março e Sábado 21 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 7, 25-30; 40-53 - Discussões sobre a origem de Jesus Sexta-feira 20 de Março e Sábado 21 de Março        O Evangelho retoma a questão das origens de Jesus. A multidão o reconhece como o Profeta esperado desde Moisés; os fariseus e escribas, por sua vez, não admitem ser Ele o Messias. “Pois, dizem eles, este nós sabemos de onde é, ao passo que ninguém saberá de onde será o Cristo”. Para eles, Jesus é um homem conhecido como oriundo da Galileia, o que não correspondia à concepção corrente do Messias, que, segundo muitos mestres judaicos, devia ter uma origem desconhecida.           Então, em tom mais alto e solene, Jesus diz que aquele que tinha vindo da Galileia não era profeta por sua própria vontade, mas tinha sido enviado por aquele que é verdadeiro. Imediatamente, os adversários recordam-se da resposta dada por Deus a Moisés: Eu sou aquele que sou.             Seus ouvintes se dividem. Alguns chegam a dizer ser Ele o Cristo, outros querem p

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 19 de Março

Reflexão do Evangelho Mt 1, 18-24 - José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus Quinta-feira 19 de Março Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus se encarnou no seio puríssimo da Virgem Maria. Realizam-se as promessas de Israel, anunciadas ao longo do Antigo Testamento, pois aquele que nasceu de Maria é o filho de Davi e de Abraão, pai de todos os povos. Assim, embora profundamente judeu em suas concepções, o Evangelho de S. Mateus apresenta uma rigorosa interpretação missionária e universalista da fé da Igreja nascente. Mesmo quando descreve a árvore genealógica de Jesus, Mateus procura não só demonstrar a pertença de José à família de Davi, mas também realçar que o reino de Jesus vai muito além das promessas feitas a Davi: seu reino é o reino do próprio Deus.        “Quem nem os céus nem os céus dos céus podem conter” revela-se como aquele que se aproxima dos homens, “como nenhum outro Deus se aproximou do seu povo”. A vinda pessoal do Filho de Deus, que se tornou um dent

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 18 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 5, 17-30 - Discurso sobre as obras do Filho Quarta-feira 18 de Março        Em seu agir livre e misericordioso, Deus jamais dispensa a nossa liberdade. Caso contrário, não seríamos pessoas responsáveis e, em última análise, não haveria o bem e o mal, que nos permitem modelar a nossa identidade. Por conseguinte, para agirmos bem e de modo justo, urge deixar agir em nós o fogo purificador do Espírito divino, que nos comunica o dom do discernimento para distinguir o que é preciso admitir e o que necessitamos rejeitar em nossas decisões. Só então, seremos, em Deus, libertos da escravidão do pecado e de toda maldade. E algo maravilhoso efetiva-se em nossa vida: a presença da salvação, da restauração e do perdão prometidos a todos os que aceitam a divina mensagem de Jesus. Prova de que o Pai continua a nutrir infinito amor por nós.           Mas há os que recusam o convite do Senhor e consideram inadmissível o fato de ele falar e agir em nome e no poder do

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 17 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 5, 1-16 - Cura do enfermo na piscina de Betesda Terça-feira 17 de Março         As galerias da piscina “que, em hebraico, se chama Betesda, com cinco pórticos”, estavam repletas de doentes. Um deles, doente há 38 anos, suspirava por alguém que o ajudasse a chegar às águas, pois, quando agitadas pelo Anjo do Senhor, “o primeiro, que aí entrasse ficava curado”. O tempo de sua doença insinua o período passado pelo povo judeu no deserto, na expectativa de entrar na Terra Prometida. No entanto, ele não encontrava ninguém que o ajudasse.                De repente, uma voz, suave e tranquila, pergunta-lhe: “Queres ficar curado?” A iniciativa é tomada por Jesus. Não houve nenhuma súplica do enfermo, nenhum pedido. Ouvindo Jesus, a surpresa e a alegre esperança invadem seu combalido corpo, e, com voz trêmula, ele responde: “Não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada; ao chegar, outro já desceu antes de mim”. No horizonte o brilho do sol, no c

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 16 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 4, 43-54 - Cura do filho de um funcionário real Segunda-feira 16 de Março               Aproxima-se de Jesus um dos funcionários do rei (basilikós), “alguém do rei”, que na realidade local significava o tetrarca Herodes Antipas, ao qual, segundo costume romano, tinha sido entregue o governo sobre a Galileia. Vindo de Cafarnaum, onde morava, ele se dirige a Jesus, que se encontrava em Caná, na parte montanhosa da região. Aflito e angustiado, suplica-lhe que “descesse e curasse seu filho, que estava à morte”.        Como fazia habitualmente, Jesus aproveita a ocasião para testar a fé daquele homem e despertá-la no coração de seus ouvintes. Aquele funcionário bem podia estar ali simplesmente movido por uma impressão emotiva, talvez, pelo fato de ter ouvido ou visto alguns de seus “sinais e prodígios”. Voltando-se não só para ele, mas para todos os que lá estão, Jesus procura mostrar que os sinais ou milagres se ligam à fé e são frutos do amor gratuito e

Reflexão do Evangelho - Domingo 15 de Março

Reflexão do Evangelho Jo 3, 14-21 -  Encontro com Nicodemos - Jesus vida e luz Domingo 15 de Março               De noite, para evitar a ironia de seus colegas fariseus, Nicodemos vai ao encontro de Jesus. Inesperadamente, Ele lhe diz que quem não nasce “de novo” ou “do alto”, não pode entrar no Reino de Deus. Com estas palavras, Jesus lhe fala de uma mudança total no seu modo de pensar e agir; é preciso não se deixar dominar pela realidade terrena, pois quem nasce da carne e nela permanece enclausura-se, no dizer dos monges do deserto, no egoísmo, na ganância e na cobiça. Em outras palavras, quem acolhe Jesus, nasce do alto, “nasce do Espírito e é espírito”.          No momento, Nicodemos não compreende o sentido de suas palavras. Mas ao ouvi-lo falar do Filho do Homem, que será levantado como “Moisés levantou a serpente no deserto”, ele começa a entrever o que Jesus lhe quer sugerir: partir para o deserto, isto é, destacar-se de seus esquemas e tornar-se nômade de Deus. Po

Reflexão do Evangelho - Sábado 14 de Março

Lc 18, 9-14 - O fariseu e o publicano Sábado 14 de Março               Uma dupla ilusão inebriava os fariseus. Aos seus próprios olhos, eles se julgavam justos, e “assim queriam ser considerados pelos homens”, vendo nisso motivo de ufanar-se e de gloriar-se diante de todos. Esqueciam-se de que tudo provém de Deus e que a graça não é posse do homem. O coração deles, coberto pelo véu da vaidade e do orgulho, tornava-se denso e escuro, pois não olhavam para Deus, não precisavam dele e, negando a honra que lhe é devida, ofendiam a justiça.    O antídoto para este mal é indicado por Jesus: a humildade. Ao reconhecer que tudo lhe é gratuitamente dado, o humilde dirige uma prece confiante e agradecida a Deus, que em sua misericórdia o justifica. Para exemplificar, Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano, que subiram ao Templo para orar. Com presunção, o fariseu vangloria-se de tudo quanto foi realizado por ele e distancia-se do arrependimento e da purificação interior. Nel

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 13 de Março

Reflexão do Evangelho Mc 12, 28-34 - O maior mandamento Sexta-feira 13 de Março        Jesus nos fala da primazia do amor, o que leva Santo Agostinho a dizer que “todos os preceitos do amor são de tal natureza, que se o homem crê ter feito algo bom, mas sem caridade, ele totalmente se equivoca”. É a exigência de amar a Deus com toda a sua alma, com toda a sua mente, com toda a sua força. Orígenes reforça essa ideia: “Amar ao Senhor não só é o maior mandamento, mas também o primeiro de todos”. Ao longo de todo o Novo Testamento, usando parábolas ou as próprias ações, Jesus dá diversas demonstrações de amor, compaixão, generosidade, misericórdia. Com isso, Ele quer nos mostrar a infinita capacidade de amar do Pai. São Basílio Magno escreveu que da força do amor “emerge a morte às idolatrias do pecado. Na ordem do ser, ao orgulho e à vaidade, e, na ordem do ter, às posses materiais e honrarias”. É a renúncia aos falsos deuses que criamos ao longo da vida. É a aceitação de que

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 11 de Março

Reflexão do Evangelho Mt 5, 17-19 - Cumprimento da Lei Quarta-feira 11 de Março               Para os fariseus, a frutuosa resposta à vontade de Deus era o cumprimento da Lei, entregue a Moisés no Sinai. No entanto, eles substituíam o espírito da Lei pelo ritualismo e por suas interpretações formais e cultuais, e exacerbavam a submissão, de tal modo que a liberdade, sem vínculos significativos e espirituais, assumia feições de escravidão. Para o Senhor, ao contrário, o pressuposto sempre era a ação livre, base da responsabilidade pessoal e exclusão do determinismo no agir. Nesse quadro, de modo solene, “em verdade vos digo”, Jesus expõe seu posicionamento em relação à Lei, aos Profetas e, por conseguinte, em relação a todo o Antigo Testamento.        Anunciando o Reino de Deus, o Senhor diz ter vindo em nome do Pai, o divino legislador, para cumprir a sua vontade.  Não veio, portanto, para ab-rogar a Lei, mas cumpri-la, isto é, realizar plenamente os desígnios do Pai, expres

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 12 de Março

Reflexão do Evangelho Lc 11, 14-23 - Jesus e Beelzebul (calúnias dos fariseus) Quinta-feira 12 de Março               Os milagres realizados por Jesus são “sinais”, manifestações, que ultrapassam o poder do homem, levado à conclusão: ou se crê nele como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebul, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.        O título Beelzebul liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá subsistir”, pois o poder do Mal

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 10 de Março

Reflexão do Evangelho Mt 18, 21- 19,1 - Perdão das ofensas e a parábola do devedor implacável Terça-feira 10 de Março               A própria história humana mostra que a liberdade e a felicidade não são simplesmente expectativas, mas possibilidades reais. O ser humano pode ou não corresponder ao bem. Mas, mesmo negando o bem, o homem jamais deixará de ter a possibilidade de se corrigir. Por isso, Jesus fala do perdão, sempre renovado, que não se limita só a sete vezes, como pensava o Apóstolo S. Pedro: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão, que pecar contra mim? Até sete vezes?” O número sete significa totalidade e indica que o discípulo deve perdoar sempre, mesmo que a falta se repita. Talvez ao dizer sete, Pedro pensasse num número máximo de vezes. No entanto, o coração misericordioso de Jesus surpreende a todos. Ele responde: “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes”. A bondade do Senhor é infinita. E para que os discípulos não acalentem ideias de rancor