Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 12 de Março
Reflexão do Evangelho
Lc 11, 14-23 - Jesus
e Beelzebul (calúnias dos fariseus)
Quinta-feira 12 de
Março
Os
milagres realizados por Jesus são “sinais”, manifestações, que ultrapassam o
poder do homem, levado à conclusão: ou se crê nele como “vindo de Deus” e esta
é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem
nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como
expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder que os escribas,
descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebul, príncipe dos
demônios, que Ele expulsa os demônios”.
O
título Beelzebul liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os
inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e
governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus.
Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá
subsistir”, pois o poder do Mal estaria combatendo contra si próprio. Assim, as
acusações dos escribas e fariseus resultam absurdas.
Mas o tema central do
presente texto não é a luta entre a luz e as trevas, mas sim a vitória da luz
sobre as trevas, porque quem acolhe Jesus é iluminado pela luz da verdade. Este
nada tem a temer, “pois chegou a ele o Reino de Deus”. Ao contrário, o demônio
é aquele que recusa o amor, é mentiroso e pai da mentira, e os seus seguidores
rejeitam a verdade do amor divino, não pertencem a Deus e abraçam o mal.
Tornam-se cúmplices do Maligno.
A resposta às acusações
dos fariseus é dada pelo próprio Jesus, quando, no dizer de S. João Crisóstomo,
“afirma que expulsar os demônios, como Ele acabara de fazer, é obra de um poder
grandíssimo e sinal da vinda do Reino de Deus”. Ele o expulsa pelo “dedo de
Deus”, ou seja, pelo poder do Espírito divino, nada mais restando do que recolher
os despojos, que “são as ovelhas perdidas da casa de Israel”.
Ao ouvir essas palavras, escribas e fariseus,
unem-se contra Jesus e aliam-se aos inimigos do passado, que provocaram a
dispersão do povo entre as nações e negaram a ação do Espírito Santo. Em reação
a eles, diz Jesus: “A palavra que eu vos disse, é ela que vos julgará no último
dia”. E, voltando-se para os discípulos, acrescenta: “Se alguém me ama guardará
minha palavra e o Pai o amará, e viremos a ele e faremos nossa morada nele”.
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