Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 13 de Março
Reflexão do Evangelho
Mc 12, 28-34 - O maior mandamento
Sexta-feira 13 de Março
Jesus
nos fala da primazia do amor, o que leva Santo Agostinho a dizer que “todos os
preceitos do amor são de tal natureza, que se o homem crê ter feito algo bom,
mas sem caridade, ele totalmente se equivoca”. É a exigência de amar a Deus com
toda a sua alma, com toda a sua mente, com toda a sua força. Orígenes reforça
essa ideia: “Amar ao Senhor não só é o maior mandamento, mas também o primeiro
de todos”.
Ao longo
de todo o Novo Testamento, usando parábolas ou as próprias ações, Jesus dá
diversas demonstrações de amor, compaixão, generosidade, misericórdia. Com
isso, Ele quer nos mostrar a infinita capacidade de amar do Pai.
São
Basílio Magno escreveu que da força do amor “emerge a morte às idolatrias do
pecado. Na ordem do ser, ao orgulho e à vaidade, e, na ordem do ter, às posses
materiais e honrarias”. É a renúncia aos falsos deuses que criamos ao longo da
vida. É a aceitação de que as palavras de Jesus precisam se transformar em atos
pessoais para que alcancemos o amor de Deus.
O amor a
Deus expressa-se no amor aos nossos semelhantes, sejam eles quem forem. Isso
vale mais do que todos os sacrifícios praticados em seu nome. Para explicar a
um doutor da Lei o que é ser próximo, Jesus conta a seguir, segundo o evangelho
de S. Lucas, a parábola do bom samaritano. Ele fala de um homem ferido por
assaltantes, que jaz no meio de uma estrada. Três passam por ele. Os dois
primeiros mostram-se indiferentes e seguem adiante sem socorrê-lo. O terceiro,
movido pela compaixão, cuida do agonizante com desvelo. E este homem de bom
coração é justamente um samaritano, considerado pelos judeus como estrangeiro.
Pergunta Jesus: “Qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”.
O homem da Lei compreende o sentido da parábola e responde: “Aquele que usou de
misericórdia com ele”. Jesus então lhe diz: “Vai, e faze tu o mesmo”.
Nossa
capacidade de amar ao próximo está intimamente relacionada à nossa capacidade
de amar a Deus. A propósito disso, escreveu Doroteu de Gaza: “Eis a natureza do
amor: quando nos afastamos do centro e não amamos a Deus, igualmente nos
afastamos do próximo. Mas, se amamos a Deus, quanto mais nos avizinhamos a Ele,
por amor, tanto mais estaremos unidos ao próximo, no amor”. Viver esta união é
formar um só corpo, único corpo, ilimitado, no qual o amor circula como uma
espécie de sangue divino e humano. É a transcrição na humanidade da comunhão
trinitária.
O ser
humano, quando tocado por Jesus, jamais estará separado, isolado. Ele se
santifica e cresce na comunhão com Deus, sem nunca estar separado de seus
semelhantes. De fato, a oração e o amor integram as pessoas entre si e
contribuem para que cada uma realize seu progresso espiritual. A meta que as
impulsiona a crescer é a busca da felicidade ou da “alegria perfeita”, fim
último de suas diversas atividades. Efetiva-se assim a suave serenidade do amor
a Deus e ao próximo.
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