Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 02 de Março
Reflexão do Evangelho
Lc 6, 36-38 - Misericórdia
e gratuidade
Segunda-feira 02 de Março
O
seguidor de Jesus compreende que aceitar a salvação é transformar a morte e
todas as formas de morte em passagem para a vida. Por isso, deixando-se
iluminar por Cristo, ele não mais vaga na incerteza de sua sorte ou na timidez
de um destino desconhecido, mas na experiência da compaixão divina, ele canta,
com S. Francisco de Assis, glórias e louvores ao “grande e magnífico Deus”.
O homem não inventa
Deus para consolar-se, ele reconhece que sua vida espiritual provém do alto e que,
em cada momento, ele vive a surpresa do filho pródigo no seu encontro com o pai.
O Pai o acolhe, dispõe-se a dar sem esperar recompensas e conceder o que tem
sem exigir retribuição.
Dessa maneira, Jesus
preparava os Apóstolos para enviá-los em missão, a fim de anunciar a todos o
Evangelho do amor e da misericórdia. Eles deviam levar a todos,
particularmente, aos que estavam cansados e prostrados como ovelhas abandonadas
pelo pastor, o consolo divino e a cura da alma e do corpo. Peregrinos,
desapegados de tudo, eles não hão de ter como meta bens ou riquezas materiais, mas
livres e sem preocupações, serão como os pássaros do céu. No entanto, a missão deles
não será fácil, muitos os acolherão, outros serão seus adversários e até mesmo
perseguidores. Para consolá-los e fortalecê-los, o Senhor lhes diz: Eu estarei sempre
convosco; chamo-vos amigos e não servos.
Também nós, incluídos
no mistério de Cristo, sentimo-nos envolvidos pelo carinho acolhedor e amoroso
do Pai, expressão de nossa filiação eterna, e ouvimos no silêncio da alma as
palavras do Senhor: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso”. Assim,
imersos num oceano de luz e de paz, somos conduzidos, pelo Filho, à intimidade
de vida com o Pai. Nada é exigido, a não ser amar o Pai, que nos acolhe em sua
misericordiosa benevolência e que nos torna, ao mesmo tempo, acolhida ilimitada
do próximo. O rosto amoroso do Pai nos ensina que amar é mais do que dar. Sublime
experiência que nos permite superar toda divisão e conflito, e sermos compassivos
e prontos a dar e a perdoar a todos. Por isso, conclui Jesus: “Perdoai e vos
será perdoado; dai e vos será dado”.
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