Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 20 de Março e Sábado 21 de Março

Reflexão do Evangelho
Jo 7, 25-30; 40-53 - Discussões sobre a origem de Jesus
Sexta-feira 20 de Março e Sábado 21 de Março

       O Evangelho retoma a questão das origens de Jesus. A multidão o reconhece como o Profeta esperado desde Moisés; os fariseus e escribas, por sua vez, não admitem ser Ele o Messias. “Pois, dizem eles, este nós sabemos de onde é, ao passo que ninguém saberá de onde será o Cristo”. Para eles, Jesus é um homem conhecido como oriundo da Galileia, o que não correspondia à concepção corrente do Messias, que, segundo muitos mestres judaicos, devia ter uma origem desconhecida.
          Então, em tom mais alto e solene, Jesus diz que aquele que tinha vindo da Galileia não era profeta por sua própria vontade, mas tinha sido enviado por aquele que é verdadeiro. Imediatamente, os adversários recordam-se da resposta dada por Deus a Moisés: Eu sou aquele que sou. 
           Seus ouvintes se dividem. Alguns chegam a dizer ser Ele o Cristo, outros querem prendê-lo, mas não se atrevem a executar semelhante plano. Aliás, diante da mensagem de Jesus, ninguém fica indiferente, por muito tempo. Se há os que o rejeitam, também existem outros que o consideram um profeta, chegando mesmo a reconhecê-lo como o Messias. Estabelece-se um impasse, e os guardas mandados pelos sacerdotes-chefes, encarregados de prendê-lo, retiram-se, comentando não terem jamais ouvido alguém falar como Ele. Eles estão realmente impressionados, seja pelo que Ele diz, seja pelo modo de falar, suave e sereno, tocando os corações e levando muitos à conversão. No entanto, impenetráveis, as autoridades os recriminam e os acusam de terem sido enganados por Jesus. 
        Nesse momento, para espanto de todos, “um dentre eles”, Nicodemos, ergue-se e interroga-lhes: “Acaso nossa Lei condena sem primeiro ouvi-lo e saber o que fez?” Palavras tímidas, distantes, que levam a uma resposta irônica: “Tu também és galileu? Estuda a Escritura e verás que da Galileia não surge profeta”. Nicodemos se cala. Talvez, ele estivesse pensando: Não pode Deus realizar algo diverso do que está nas Escrituras?
       Mais tarde, ele irá compreender que a benevolência divina ultrapassa todos os seus conceitos e as interpretações casuísticas da Lei. Em Cristo, ele reconhecerá que Deus “desceu à profundidade da terra para buscar a ovelha desgarrada, a fim de apresentá-la ao Pai” (S. Irineu). Ele nasce de novo, do alto, e reconhece que a salvação não advém da observância da Lei, ela é fruto do amor de Deus. Envolvido por esse amor, Nicodemos é introduzido no Reino de Deus e passa a viver “a liberdade dos filhos de Deus”.   

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