Reflexão do Evangelho - Domingo, 04 de dezembro



Reflexão do Evangelho
Domingo, 04 de dezembro
Lc 3,1-12 - Pregação de João Batista

       
        Às margens do rio Jordão, destaca-se a austera e solene pessoa de S. João Batista. Último dos profetas do Antigo Testamento, ele espera ansiosamente os tempos messiânicos prometidos. Permanece firme e imóvel, o que é sugerido pelo verbo latino “stare”, pois sua função não é a de ir à procura de Jesus e segui-lo, mas é a de ser seu precursor e dar testemunho dele. Predita pelo profeta Isaías, a manifestação de Deus seria precedida pela passagem de um cortejo processional ou triunfal, que transformaria o deserto em largos vales verdejantes. À frente, em altas vozes, anunciando o novo Êxodo, estaria um profeta, que o povo julgava ser João Batista.  
Grande é a curiosidade de todos, mesmo dos próprios judeus de Jerusalém, que enviam “sacerdotes e levitas para interrogá-lo” sobre sua identidade. Conhecendo a intenção deles, sem titubear, ele declara: “Eu não sou o Cristo”, título que designa o Messias, o “ungido”, o enviado escatológico, o novo Davi, esperado pelo povo como aquele que viria para libertá-lo do jugo estrangeiro e, portanto, restabelecer o reino de Israel. Mas os mensageiros insistem. Eles querem saber de seus próprios lábios se ele é ou não o Messias. Com os olhos fixos neles, em alto e bom som, ele responde não ser aquele que daria início ao “Tempo Final”, e clama: “Preparai-vos! ”, pois, “após mim, virá aquele do qual não sou digno de desatar a correia da sandália”.
        No entanto, para não se furtar à pergunta dos que o interrogam sobre a sua missão, ele proclama o “batismo de conversão para remissão dos pecados”. João é arauto. Eis os albores da paz e da alegria espiritual, frutos do perdão e da remissão dos pecados! S. Hilário de Poitiers reconhece que “aos profetas cabe apregoar o arrependimento dos pecados, enquanto a Cristo pertence a missão de salvar os que depositam fé em seu nome”. Ao longe, nos horizontes distantes, delineia-se o vulto humano do Filho Unigênito e já se ouve o eco da voz do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.



Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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