Reflexão do Evangelho - Domingo, 25 de dezembro
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
25 de dezembro
Lc
2, 1-14 - Nascimento de Jesus (Natal)
Três anos antes de sua morte, Francisco
de Assis foi a Greccio, pequeno povoado perto de Assis, para vivenciar o
mistério do nascimento de Jesus. Uns quinze dias antes do Natal, ele pediu a um
de seus moradores, João, que preparasse diligentemente o ambiente. Ele lhe diz:
“Quero lembrar o Menino que nasceu em Belém, sentir as dificuldades enfrentadas
por Ele, como foi posto num presépio, e ver com os próprios olhos como ficou em
cima da palha, entre o boi e o jumentinho”. Surgiu o primeiro presépio da
história. No dia do Natal, vieram os irmãos, também homens e mulheres dos
arredores, com tochas para iluminar a noite e recordar que o Menino nascido em
Belém era a luz do mundo. Chegando ao local, Francisco se alegra com o que vê
e, honrando a simplicidade e a pobreza, canta o santo Evangelho. Os frades
entoam hinos e louvores ao Filho de Deus, Francisco anuncia as maravilhas do
“Menino de Belém”, como costumava chamá-lo, saboreando cada palavra.
Recordando
o mistério do Natal, exclama S. Agostinho: “Desperta, ó homem, por tua causa
Deus se fez homem”. Francisco e os frades cantam alegres e exultantes, porque
aquele que é do céu veio até nós, assumiu nossa humanidade, a fim de nos
comunicar as riquezas da vida de Deus. Participando do coro celeste, suas vozes
expressam as palavras dos anjos aos pastores: “Alegrai-vos, nasceu-vos o
Salvador”, o Resplendor da luz divina.
A
festa do Natal os remete ao presépio de Belém para adorar o Menino, que se
manifesta, não em meio às pompas, mas na simplicidade de uma criança e na
pobreza de uma manjedoura. S. Ambrósio diz por sua vez: “Jesus nasce de um seio materno, e, igualmente, refulge no céu; Ele jaz
num refúgio terreno, sem deixar de reinar no esplendor celeste! ”.
Reconhecidos,
nós agradecemos a vinda do Filho Jesus, pelo qual somos introduzidos na verdadeira
nova criação de Deus, pois em seu perdão e em sua misericórdia somos recriados
e nos tornamos novas criaturas. Nos enfeites, na festa, nos presentes natalinos,
sejam eles caros ou um simples e sincero sorriso; no aperto de mão, demonstrando
amizade ou o perdão concedido ao irmão, estão expressos estes nossos
agradecimentos, pois tudo reflete a bondade e o amor que Ele tem para conosco. Nesta
noite santa, eleva-se, do nosso coração, um cântico de louvor, pois no Menino
de Belém reconhecemos a nossa glorificação final, independentemente do pecado e
de toda a maldade: Ele é a benevolência divina presente em nossa vida.
Porém, espontaneamente, um clamor se eleva aos céus:
a pureza deste momento solene se embaça e ficamos alarmados com os abusos nos
gastos e a sofisticação crescente das celebrações. Ao nosso redor, jazem
crianças sem teto e sem pão, famílias na miséria e desassistidas. Com a voz
embargada, unidos aos anjos, entoamos: “Glória a Deus nas alturas e paz na
terra aos homens de boa vontade”.
Cristo
nasce, cantemos glória; Cristo desce do céu, vamos ao seu encontro: a paz
penetra, suavemente, o nosso coração e o dom do amor fraterno nos envolve. Cristo
vem a nós na doação do seu amor divino, abeiramo-nos do abismo do Mistério da
gratuidade de nossa vida e do amor ao próximo. É Natal, o Filho de Deus se fez
carne, alegremo-nos, pois as trevas do pecado se dissipam e o mundo é iluminado
pela brilhante luz da esperança, prelúdio da Ressurreição!
Abençoado
Natal! Que a luz divina ilumine sua vida e a de seus familiares!
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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