Reflexão do Evangelho - Segunda, 12 de dezembro
Reflexão
do Evangelho
Segunda,
12 de dezembro
Lc
1,39-47 - A visita de Maria à sua prima Isabel
Ao
iniciar o relato da visita de Maria à sua prima Isabel, com a expressão
“naqueles dias”, S. Lucas nos remete às origens da fé cristã. A assiduidade da
oração impedia que, em Maria, mesmo as mais miúdas raízes do pecado
encontrassem espaço em sua alma, sempre mais cândida e transparente, como um
belo jardim irrigado pela graça divina. Nela, brotavam as mais belas virtudes
de simplicidade e generosidade. Aberta à vontade do Pai, ela é portadora por
excelência do Espírito Santo, que faz dela morada do Filho de Deus, Jesus. Em
oração, ela ouve a mensagem misteriosa do Anjo, que lhe comunica o fato de sua
prima Isabel, já de idade avançada, ter concebido uma criança. Com toda
prontidão, refletindo em seus olhos caridade e carinho, ela se põe a caminho da
casa de sua prima para servi-la. Mais tarde, cantam os poetas de Deus: “Por
onde Maria passava, iluminavam-se os campos”, e ela “seguia no passo alegre da
obediência e na agilidade do temor de Deus” (S. Bento). S. Ambrósio por sua vez
dirá que “ela é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir
seu dever de parente e pela pressa do júbilo. Repleta de Deus, como não
alcançaria vivamente os cumes da caridade? O dom do Espírito Santo ignora toda
demora! ”.
Ao ver Maria, Isabel, com alegria
intensa, vislumbra, na fina luz do entardecer, uma claridade radiante, que
revestia sua jovem prima. Às palavras de saudação de Maria, a criança estremece
em seu seio, e “ela ficou cheia do Espírito Santo”, dom de Deus, dom precioso,
que, ao envolvê-la, santifica o filho, João Batista! Mais tarde, o místico
alexandrino, Orígenes, proclama: “A voz da saudação de Maria, que chega aos
ouvidos de Isabel, plenifica João com o Espírito Santo; ele estremece e a mãe
se torna como que a boca do filho, profetizando: ‘Tu és bendita entre as
mulheres, e o fruto de teu ventre é bendito’”. As duas mulheres louvam e
agradecem a Deus: se dos lábios de Isabel brota um cântico ardente, que lhe
vinha do coração, Maria entoa o Magnificat, um dos mais belos hinos de louvor,
no qual ela expressa seu júbilo e agradecimento a Deus por ter se dignado olhar
para ela, pequena e humilde criatura. Sem nada atribuir a si mesma, ela louva a
Deus, autor das maravilhas que se realizam nela e, através dela, na humanidade
toda inteira. Personalizando os humildes e pobres, ela rende ação de graças por
todos os benefícios concedidos pela divina misericórdia.
Eis
que ambas se entreolham, Maria louva a Deus e Isabel a proclama Mãe de Jesus,
“meu Senhor”, Pessoa em comunhão, que, ainda no seio materno, santifica João
Batista com “o fogo” de sua divindade. Dia memorável, dia da incomparável
intervenção divina na história humana; dia em que o Infinito entra no mundo
finito para chamar todos à casa do Pai e restaurar, na dignidade de filhos de
Deus, a humanidade toda inteira.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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