Reflexão do Evangelho - Quarta-feira, 07 de dezembro
Reflexão
do Evangelho
Quarta-feira,
07 de dezembro
Mt
11, 28-30 - Jesus é o Mestre com fardos leves
Um
dia, voltando-se para os peregrinos que o acompanhavam, disse-lhes Jesus:
“Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo”. O chamado
de Jesus era, em geral, um apelo à conversão, com consequências práticas na
vida social e familiar, como privar-se de suas posses e deixar a família e o
lar. No presente momento, Ele orienta seus ouvintes não para estas
características formais próprias de uma conversão ou mudança de vida, mas,
provavelmente, ao se referir “ao peso do vosso fardo”, Ele esteja falando, num
sentido figurado, das muitas obrigações e prescrições, que os escribas e
fariseus colocavam sobre os ombros do povo. Por outro lado, ao falar da
salvação, Ele a designa como sendo um “jugo suave”, isto é, “bem ajustado”,
“adequado” àquele que o segue, pois a santidade de vida é alcançada,
justamente, por uma conduta religiosa e moral, em que as obrigações meramente
jurídicas são superadas pela dedicação misericordiosa ao próximo.
Para
os fariseus, que permaneciam mergulhados no mar do ritualismo e da casuística
das intepretações da Lei, arma poderosa de domínio sobre o povo, e terreno
fértil para abusos e arbitrariedades, as palavras de Jesus lhes pareciam
incompreensíveis. O povo, no entanto, se alegrava com o que ouvia, e dizia ser
Ele, nas palavras do profeta Isaías, o Arauto da boa notícia, aquele que traria
aos fatigados o verdadeiro descanso; Ele é o “Sábado” do Povo de Deus: “Seu
fardo é leve e seu jugo é suave”. Se alguns dos ouvintes hesitavam, pois suas
palavras soavam como uma novidade imprevista; muitos outros o seguiam pelo
caminho da misericórdia, que lhes infundia esperança, alegria e coragem.
Ao Filho amado do “Abba”, doce e humilde de
coração, foram confiados o mistério e a instauração do Reino dos céus,
juntamente com o poder de revelá-los aos discípulos, inscritos na escola do
amor “agápico”. Porém, alguns deles, ao ouvirem o Mestre dizer: “Eu vos darei
descanso”, sentem-se decepcionados, pois, escreve S. Agostinho, “é possível que
eles esperassem uma proposta diferente” e não apenas a de um repouso para
refazer suas forças. Com o passar do tempo, eles irão perceber que a intenção
do Mestre é orientá-los para a compreensão do verdadeiro sentido da Lei: a
justiça e o amor. O desconhecimento, pior, o desprezo deles será causa de
ruptura entre Lei e Vida, tornando a observância da Lei pesada e insuportável,
e o cumprimento das prescrições legais uma grande hipocrisia. Caso optem por
segui-lo, “o coração inquieto deles encontrará repouso” e eles estarão
participando da verdadeira e interminável Vida.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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