Reflexão do Evangelho - Domingo, 11 de dezembro
Reflexão
do Evangelho
Domingo,
11 de dezembro
Mt
11,2-11 - Testemunho de Jesus sobre João Batista
João encontra-se no cárcere. Ao tomar
conhecimento das atividades de Jesus, possivelmente, a cura do servo do
centurião e a ressurreição do filho da viúva de Naim, ele envia dois discípulos,
para perguntar-lhe: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? ”.
Por “aquele que há de vir”, João entende o Messias, a grande esperança de todo
o povo de Israel. Os antigos profetas falavam do Dia do Senhor, dia de uma nova
aliança, que jamais será ultrapassada nem destruída, dia de uma criação nova,
que irá inaugurar o Reino, que não terá fim e se dilatará para além das
fronteiras de Israel.
Jesus
responde mostrando as obras realizadas por Ele, que atestam a sua missão,
talvez não como a tenha pensado João Batista. Elas evidenciam a presença
atuante de um Deus de bondade, cuja característica é ser misericordioso, até
para com os injustos e pecadores. Por isso, aos emissários de João, Jesus diz:
“Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os
coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos
ressuscitam e os pobres são evangelizados”. Admirado, S. Cirilo de Alexandria
vê nessas palavras “a esplêndida arte da resposta do Salvador: ele não diz
simplesmente ‘sou eu’. Se o tivesse feito, teria dito a verdade, mas ele os
conduz à prova manifestada pelas suas próprias obras”. O testemunho das obras é
mais forte do que o das palavras.
Dissipada
a dúvida, eles se afastam e retornam a João. Se João diz não ser o Messias,
Jesus, embora Ele mesmo não se dê o título de Messias, não rejeita ser assim
chamado. Uma única vez, no Evangelho de S. Mateus, quando o Apóstolo Pedro
confessa: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”, Ele diz claramente: “Bem-aventurado
és tu, Simão, filho de João, porque não foi carne ou sangue que te revelaram
isto, e sim o meu Pai que está nos céus” (l6,16s). Porém, no momento mesmo em
que aceita o título, Ele anuncia, pela primeira vez, sua paixão e morte,
modificando, totalmente, o que os discípulos acreditavam ser o Messias. Nesse
sentido, será decisiva a passagem que relata seu comparecimento diante do
Sinédrio. À pergunta do sumo sacerdote: “És tu o Messias? ”, Ele responde
claramente: “Eu o sou”. Mas, para eliminar a pretensão de uma realeza terrestre
e destacar o triunfo da misericórdia divina, Ele acrescenta: “Desde agora, o
Filho do Homem estará sentado à direita de Deus Poderoso! ” (Lc 22,69). Eis a
grande novidade apregoada por Jesus: o carro triunfal, que o conduz ao trono de
glória, continua a ser a cruz do Servo sofredor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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