Reflexão do Evangelho - Sexta-feira, 09 de dezembro



Reflexão do Evangelho
Sexta-feira, 09 de dezembro
Mt 11,16-19 - Julgamento de Jesus sobre a sua geração
       

A maneira livre de Jesus se relacionar com a Lei de Moisés provoca desconfiança nos chefes religiosos do seu povo. Eles o consideram ousado e desrespeitoso por não observar, com estrito rigor, as normas rituais e as prescrições da Lei. Talvez abalados em sua primazia espiritual, chamam-no de glutão e de beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores. Já anteriormente, com vestes próprias de um profeta e com vigorosas palavras de repreensão pelo descaso deles às normas éticas da Lei, João Batista tinha atraído a atenção de todos. Agora, em meio a eles, encontra-se Jesus, com seu modo de agir suave, palavras modestas e pregação tranquila nas sinagogas e praças públicas. Se Ele urge a conversão, mudança de vida, não deixa de manifestar aos pecadores sua misericórdia sem limites, a força do perdão, a ternura para com os humilhados. Acostumados a serem tidos como único padrão religioso para todos, eles o rejeitam e o criticam.
A liberdade de Jesus, que está longe de fazer das normas e práticas exteriores o centro de sua vida espiritual, provoca rejeição e suspeita. Porém, sem se intimidar, Ele situa o amor a Deus e aos homens acima de todas as prescrições exteriores e recorda-lhes, então, uma cantiga de infância. Fala das crianças que brincam de “casamento” e “enterro” na praça, umas cantando modinhas alegres, outras não acompanhando; umas entoando lamentações, outras não se interessando, como os seus ouvintes e os de João Batista. Nesse momento, sentindo como que um leve toque de decepção, após um suspiro de tristeza, Ele pergunta: “A quem, pois, hei de comparar os homens desta geração? ”. O termo geração, no sentido semítico, adquire em Jesus o sentido de esperança e de coragem profética na busca de um mundo mais simples, modesto e fraterno. E eis que, na sua pessoa, é chegada àquela geração a hora de Deus, a hora da graça, tempo propício para festejar com alegria a presença do esposo, que instaura este mundo novo, centrado no amor incondicional de Deus Pai.
Ele é um Deus em busca do homem, para manifestar-lhe seu amor no sentido mais forte, mais ardente, também mais puro e generoso. Assim, a sua presença é causa de grande alegria para os que o ouvem, mas sinal de advertência para os que o recusam. Depende da atitude dos ouvintes: se são ou não pessoas abertas à sua mensagem salvadora e libertadora.




Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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