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Mostrando postagens de outubro, 2014

Reflexão do dia de Finados - Saudade sim, tristeza não! - Domingo 02 de novembro de 2014

Reflexão do dia de Finados - Saudade sim, tristeza não! Domingo 02 de novembro de 2014 Entre os primeiros cristãos, havia o costume de rezar pelos mortos e de celebrar, como atestam os sacramentários romanos, a missa de corpo presente por ocasião do falecimento de um deles. Quando isso não era possível, devido às perseguições, celebrava-se mais tarde, dando origem às missas de sétimo e trigésimo dia. Nesse mesmo período, iniciou-se a prática, presente ainda em nossos dias, de fazer a memória dos mortos e dos vivos nas celebrações eucarísticas. Seus nomes eram então guardados em registros denominados Libri Vitae (Livros da Vida), posteriormente designados necrologias e obituários, passando das menções generalizadas às individuais. Com o passar do tempo, consolidou-se uma preocupação: a lembrança de todos os demais falecidos que, por algum motivo, não constavam nas listas. Para preencher esta lacuna, decidiu-se estabelecer um dia do ano para se rezar na intenção litúrgica de to

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 1-12 - As bem-aventuranças (Todos os Santos) - Sábado 01 de Novembro

Reflexão do Evangelho de Mt 5, 1-12 - As bem-aventuranças (Todos os Santos) Sábado 01 de Novembro                                   No alto de uma colina, Jesus sentou-se e como mestre pôs-se a ensinar a multidão que o acompanhava. “E nos corações dos discípulos, salienta São Leão Magno, a mão veloz do Verbo escrevia os decretos da nova Aliança”, para todos os povos. São as bem-aventuranças.  O termo grego “makários” (bem-aventurado), que corresponde a “baruk”, em hebraico, é empregado para expressar paz, felicidade e bênção. Por oito vezes, Jesus o repete para designar o ideal do verdadeiro discípulo: a serenidade no tempo presente e a felicidade eterna na visão de Deus. O desejo de Jesus é comunicar aos discípulos a paz nesta terra e, especialmente, conduzi-los à bem-aventurança perfeita do céu, já participada aqui e agora, em meio aos sofrimentos e perseguições. Nesse sentido, a bem-aventurança é definida por S. Gregório de Nissa como “a vida pura e sem mistura. Ela é o bem

Reflexão do Evangelho de Lc 14, 1-6 - Cura de um hidrópico - Sexta-feira 31 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 14, 1-6 - Cura de um hidrópico Sexta-feira 31 de Outubro        Num dia de sábado, Jesus almoça na casa de um dos chefes dos fariseus. A casa está repleta. Curiosos, todos olham para Ele com intenções pouco fraternas e amigas, buscando descobrir alguma falha ou erro para acusá-lo e denegri-lo. Ele não se sente intimidado. Sem hesitar, aproximou-se de um homem enfermo, toucou-o e o curou, provocando espanto e repúdio dos representantes do povo. Seu gesto, porém, fala mais alto que qualquer palavra, o bem é praticado e o sentido espiritual do sábado é priorizado, permitindo que os discípulos “reconheçam o sábado, lembra S. Cirilo de Alexandria, como dia do sacrifício agradável a Deus. De fato, o milagre torna-se uma oferta de suave e doce fragrância espiritual, apresentada ao Pai misericordioso, bom e pleno de amor”.        Os doutores da Lei e os fariseus percebem no que ocorreu uma oportunidade estupenda para caluniá-lo. Em sua sabedoria, Jesus não

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 31-35 - Herodes, uma raposa - Quinta-feira 30 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 31-35 - Herodes, uma raposa Quinta-feira 30 de Outubro                Alguns fariseus aproximam-se de Jesus para avisá-lo que Herodes queria matá-lo. Destemidamente, Ele se opõe ao tirano e se mantém firme no curso de sua missão. Suas palavras assemelham-se a um apelo profético: “Ide dizer a esta raposa: Eis que eu expulso demônios e realizo curas hoje e amanhã e no terceiro dia vou terminar!” Ao denominá-lo raposa, Jesus sugere ser ele astuto e destrutivo, mas também falto de dignidade e de respeito. Apesar disso, sem temor, Ele continua o seu caminho na certeza da morte que o espera em Jerusalém. Adensavam-se ao seu redor a hostilidade e a incompreensão. A esse respeito, observa o evangelista São Lucas, Jesus reitera com clareza: “Devo seguir o meu caminho, pois não convém que um profeta pereça fora de Jerusalém”.         Mas antes de entrar na cidade, contemplando-a, Jesus lamenta o descaso de seus adversários e declara, profeticamente: “Eis

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 22-30 - A porta estreita - Quarta-feira 29 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 22-30 - A porta estreita Quarta-feira 29 de Outubro        A caminho de Jerusalém, alguém pergunta a Jesus: “Senhor, é pequeno o número dos que se salvam?” Sua resposta mostra que o mais importante não é saber quantos entrarão no Reino de Deus, mas é decidir-se por Deus. Por isso, responde-lhes: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. O interlocutor, diz S. Cirilo de Alexandria, “queria saber se seriam poucos os que se salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz à salvação”. Ao se referir à porta estreita, Ele está indicando, destacam os Padres, a “porta do céu”, que só pode ser transposta por uma fé firme em Deus e uma moralidade isenta de mácula. De fato, esta é “a nossa porta”, presente no sonho de Jacó, embora invisível aos nossos olhos, que se abre para o átrio divino.         S. Jerônimo nos diz que passar por ela significa estar vigilante “para o dia do julgam

Reflexão do Evangelho de Lc 6, 12-19 - Escolha dos Apóstolos - Terça-feira 28 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 6, 12-19 - Escolha dos Apóstolos Terça-feira 28 de Outubro        Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe doze apóstolos dentre os seus discípulos. Eles constituem as colunas da Igreja da qual serão juízes no final dos tempos. São Lucas descreve nesses versículos a escolha desses homens antes de o Senhor proferir o Sermão da Montanha, carta magna da vida cristã. Naquela importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida, conduziu seus discípulos ao monte, lugar de oração e de encontro com Deus.        Após passar a noite em oração, Ele escolhe Doze aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles toda a sua confiança. Já no Antigo Testamento existiam os sheluchim, apóstolos em grego, que tinham a incumbência de reforçar os vínculos existentes entre os lares de Israel. No Novo Testamento, o título apóstolo adquire o sentido de missionário, também de representante ou testemunha, pois eles terão a missão de atesta

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 10-17 - Cura da mulher encurvada - Segunda-feira 27 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 10-17 - Cura da mulher encurvada Segunda-feira 27 de Outubro                       Num dia de sábado, Jesus ensinava na sinagoga e lá estava uma mulher toda encurvada, com um ‘espírito de enfermidade’. Ela se aproxima de Jesus, que lhe diz: “Mulher, estás livre de tua doença e lhe impôs as mãos”.  A sinagoga estava repleta. A mulher, tocada no seu íntimo, endireitou-se e glorificava a Deus. Do mesmo modo, comenta S. Agostinho, “a humanidade toda inteira, que, como aquela mulher, estava recurvada sobre a terra”.        Naquele ato miraculoso, os fariseus não reconhecem a ação de Deus que liberta os homens do mal e, fechados em seu mundo ritualista e autoritário, não se deixam penetrar pelas palavras misericordiosas de Jesus. A hipocrisia deles se evidencia quando, presos às suas observâncias rituais, eles não reconhecem o milagre e, aborrecidos, alegam ter Jesus transgredido a Lei do sábado. E com laivos de ironia, recordam o ritmo divino da cria

Reflexão do Evangelho de Mt 22, 34-40 - O maior mandamento - Domingo 26 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Mt 22, 34-40 - O maior mandamento Domingo 26 de Outubro        Jesus nos fala da primazia do amor, o que leva Santo Agostinho a dizer que “todos os preceitos do amor são de tal natureza, que se o homem crê ter feito algo bom, mas sem caridade, ele totalmente se equivoca”. É a exigência de amar a Deus com toda a sua alma, com toda a sua mente, com toda a sua força. Orígenes reforça essa ideia: “Amar ao Senhor não só é o maior mandamento, mas também o primeiro de todos”. Ao longo de todo o Novo Testamento, usando parábolas ou as próprias ações, Jesus dá diversas demonstrações de amor, compaixão, generosidade, misericórdia. Com isso, Ele quer nos mostrar a infinita capacidade de amar do Pai. São Basílio Magno escreveu que da força do amor “emerge a morte às idolatrias do pecado. Na ordem do ser, ao orgulho e à vaidade, e, na ordem do ter, às posses materiais e honrarias”. É a renúncia aos falsos deuses que criamos ao longo da vida. É a aceitação de que

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 1-9 - Convite à conversão - Sábado 25 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 13, 1-9 - Convite à conversão Sábado 25 de Outubro               Certa feita, vieram algumas pessoas contar a Jesus um dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus. Um crime perpetrado por Pilatos. Tornava-se ainda mais grave pelo fato de ter-se dado no Templo, profanando o lugar sagrado de adoração a Deus. Jesus aproveita a ocasião para lançar um convite à conversão, pois resta ainda algum tempo, embora limitado, para “produzir dignos frutos de penitência”. Não se pode concluir que o episódio da morte dos galileus pressuponha o fato de eles serem pecadores. Todos são pecadores e são exortados a dar frutos de penitência. Nesse sentido, através da parábola da figueira estéril, Ele destaca que o “tempo da visita”, sua presença entre nós, é tempo de conversão. É preciso que não mais se esteja desprevenido, pois o tempo já praticamente passou. A resposta deve ser imediata e incondicional. A figueira, diz Santo Agostinho, está significando o gênero

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 54-59 - Discernir os sinais dos tempos - Sexta-feira 24 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 54-59 - Discernir os sinais dos tempos Sexta-feira 24 de Outubro               A presença de Jesus é sinal de uma realidade divina misteriosa, que causa admiração e deixa a multidão perplexa. Se suas palavras são tocantes e verdadeiras, elas evidenciam um novo tempo, apresentado como última chance oferecida à humanidade para aceder à salvação. Aliás, desde o início de sua vida pública, em sua pregação inaugural na sinagoga de Nazaré, Ele proclama um “ano de graça”, que permite passar de um conhecimento talvez abstrato de Deus a um encontro pessoal com Ele. Entretanto, urge discernir os sinais dos tempos, indícios da era messiânica, que, de modo surpreendente, no assim chamado mundo real, reflete lampejos da realidade divina. De maneira que no seu sim, no ato de fé, o homem pode atingir o vertiginoso nível do “faça-se”, do “fiat” de Deus na criação, e descobrir a luz que brilha por detrás de cada acontecimento pertinente a Jesus e à sua missão.   

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 49-53 - Jesus diante de sua Paixão (sinal de contradição) - Quinta-feira 23 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 49-53 - Jesus diante de sua Paixão (sinal de contradição) Quinta-feira 23 de Outubro        O sol surgia no horizonte. A cidade despertava. Parecendo romper as barreiras do mundo físico, a voz do Senhor soou forte: “Eu vim trazer fogo à terra, e como desejaria que já estivesse aceso!” Pasmos, os discípulos se perguntavam: Que fogo é esse? Certamente, não o fogo vingador ou o da Geena, mas aquele anunciado por S. João Batista, o fogo do batismo que confere nova vida. Dizia João: “Eis que virá quem vos batizará com o Espírito Santo e com fogo!” (Lc 3,16). “Esse fogo – comenta S. Cirilo de Alexandria - é a salvífica mensagem do Evangelho, é o poder dos ensinamentos do Messias. Poder que inflama a terra e conduz os homens a uma vida de piedade e de amor”. Com a sua vinda, qual fogo divino, brilhou a fé, a caridade iluminou a todos e resplandeceu a justiça. Palavras lembradas pelos Apóstolos, no dia de Pentecostes, quando receberam o Espírito Santo pre

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 39 – 48 -Vigiai, pois o Senhor não tarda a vir - Quarta-feira 22 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 39 – 48 -Vigiai, pois o Senhor não tarda a vir. Quarta-feira 22 de Outubro               Deus nos ofereceu o maior e o mais belo tesouro: seu Reino de paz, de alegria e de justiça. Mas podemos perdê-lo se não estivermos vigilantes. O Evangelho de São Mateus deixa claro que ninguém, além do Pai, sabe o dia em que Jesus voltará para o Juízo Final. Assim como aconteceu nos tempos de Noé, acontecerá na vinda do Filho de Deus: “Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca”. Os homens não desconfiavam de nada, até que as águas do dilúvio vieram e levaram a todos. O próprio Cristo adverte: “Assim acontecerá na vinda do Filho do Homem”. Orígenes, grande escritor do século III, aconselha os homens que se mantenham em vigília pela volta do Senhor tanto à tarde, à meia noite, ao canto do galo, quanto de madrugada. Trata-se de uma comparação com as diversas idades do homem, ou sej

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 35-38 - Prontidão para o retorno do Mestre - Terça-feira 21 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 35-38 - Prontidão para o retorno do Mestre Terça-feira 21 de Outubro               O eterno e o infinito adquirem semblante e voz humana no Filho de Deus, nascido de Maria. Ele, revelação plena de Deus, entra em nossa história e comunica o Evangelho do amor e da misericórdia, que nos permite fazer parte da única contemplação do Pai, feito nosso Pai, em seu Filho, que se fez nosso irmão. Em sua vida pública, Ele nos prepara espiritualmente para seu retorno em glória, no fim dos tempos. Para melhor compreendê-lo, Ele conta a parábola do “retorno de um senhor” após a festa de núpcias. Felizes os que estavam preparados para recebê-lo. O mesmo acontecerá com a vinda do Filho do Homem, que virá quando menos se espera, e oferecerá àqueles que estiverem vigilantes seu Reino de paz e de justiça. Eles, porém, correm o risco de perdê-lo, caso não se preparem devidamente para a sua vinda ou, como diz o Evangelho, não tiverem “os rins cingidos e as lâmpadas

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 13-21 - Não ajuntar tesouros - Segunda-feira 20 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 13-21 - Não ajuntar tesouros Segunda-feira 20 de Outubro        Certa feita, alguém da multidão pede que Jesus seja o mediador na questão de herança entre ele e seu irmão. Embora recuse o pedido, Jesus não deixa de aproveitar a ocasião para elevar o espírito de seus interlocutores e fazê-los passar dos interesses temporais ao “tesouro” eterno no Reino dos céus. Após alertar contra a excessiva preocupação com os bens deste mundo, ele lhes recomenda: “Precavei-vos cuidadosamente de qualquer cupidez, pois, mesmo na abundância, a vida do homem não é assegurada por seus bens”. Para ilustrar o seu pensamento, Jesus conta a parábola do rico, cuja terra tinha produzido muitos frutos. “Ele, então, refletia: Que hei de fazer? Não tenho onde guardar minha colheita”. Após construir celeiros maiores, diz: “agora, repousa, come, bebe, regala-te”. E Jesus encerra a parábola com as palavras: “Insensato, nessa mesma noite ser-te-á reclamada a alma. E as coisas q

Reflexão do Evangelho de Mt 22, 15-21 - Dar a César o que é de César - Domingo 19 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Mt 22, 15-21 - Dar a César o que é de César Domingo 19 de Outubro As autoridades judaicas queriam colocar Jesus em uma situação difícil quando lhe fizeram a pergunta sobre o pagamento do imposto devido ao Império romano. Havia um ressentimento popular diante do odiado imposto, o que colocaria a população contra Jesus, caso sua resposta fosse positiva. Se dissesse não, estaria fornecendo aos seus adversários elementos para uma acusação política e, assim, obteria de Pilatos a sua condenação.        Após mostrar que conhecia bem a má fé dos seus adversários, Jesus dá a eles uma lição incontestável, que se apoiava na realidade testemunhada pela própria moeda. A seguir, como de costume, Ele amplia o debate. Primeiramente, Jesus expõe “um princípio geral”, válido no domínio político-religioso, para só então se colocar acima do político e recordar os direitos de Deus. Contra a pretensão de dominação religiosa, Jesus afirma a realidade do domínio político, ao

Reflexão do Evangelho de Lc 10, 1- 9 - Missão dos setenta e dois - Sábado 18 de Outubro (Festa de São Lucas)

Reflexão do Evangelho de Lc 10, 1- 9 - Missão dos setenta e dois Sábado 18 de Outubro (Festa de São Lucas) Aos setenta e dois discípulos, enviados à missão, Jesus apresenta o Reino de Deus como uma grande messe. Sua abrangência é universal, abarca não só o povo de Israel, mas também os demais povos e nações. O objetivo é semear a Palavra de Deus no coração de todo ser humano.    Colocado, justamente, no início da subida de Jesus a Jerusalém, esse episódio caracteriza a ação formadora do Senhor, e manifesta o desejo de despertar ardor e fervor missionário em seus discípulos, continuadores de sua missão. Ele lhes concede inspiração e força para que possam tornar a Igreja presente por toda parte, em sua intenção “católica”. Mas mesmo antes de Pentecostes, durante sua vida pública, pode-se já entrever a futura missão universal dos Apóstolos. Orígenes observa: “Não só os Doze Apóstolos pregaram a fé em Cristo, mas o Evangelho nos diz que outros setenta foram enviados para pregar a

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 1-7 - Falar abertamente e sem temor - Sexta-feira 17 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 12, 1-7 - Falar abertamente e sem temor Sexta-feira 17 de Outubro        Após exortar os discípulos a testemunhar o Evangelho, com o risco da própria vida, Jesus repete por quatro vezes: “Não tenhais medo”. Sem jamais titubear, eles deverão manter-se firmes na fé e na alegria da esperança, pois a fidelidade deles na “confissão de fé” corresponderá à fidelidade de Jesus em reconhecê-los na glória celestial.        A seguir, visando fortalecê-los em sua missão apostólica, o Mestre descreve quatro antíteses, cujo objetivo é inculcar-lhes a certeza de que a verdade acabará prevalecendo, pois “nada há de encoberto que não venha a ser revelado, oculto que não venha a ser conhecido”. Ademais, o que lhes foi ensinado na intimidade da vida apostólica, eles irão proclamar, com força e sem temor, a todos e publicamente. Eles nada têm a temer. O mesmo se diga dos sofrimentos suportados na sombra dos calabouços ou das salas de tortura, pois, graças à promessa do

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 42-46 - Contra os fariseus e escribas (III) - Quinta-feira 16 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 42-46 - Contra os fariseus e escribas (III) Quinta-feira 16 de Outubro                                   Os escribas e fariseus substituem o espírito da Lei, que tem por base o amor a Deus e aos homens, por suas tradições humanas e múltiplas normas rituais. Surdos aos profetas, eles já tinham perdido o sentido profundo de suas palavras, e esqueceram-se das recomendações do profeta Miqueias, que exortava “a praticar o direito, a amar a misericórdia e a caminhar humildemente com o seu Deus”. Porque citam os profetas, mas não os traduzem em suas próprias vidas, Jesus denomina-os cegos e hipócritas. Admoestações duras e severas, mas não condenatórias. O objetivo de Jesus é levá-los, diz S. Cirilo de Alexandria, “à prática de julgar, reta e impecavelmente, seus semelhantes sem jamais abandonar a misericórdia e a sinceridade”.         A palavra hipócrita significa usar máscara ou fazer algo para chamar a atenção dos outros sobre si mesmo. Os escribas

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 42-46 - Contra os fariseus e legistas (II) - Quarta-feira 15 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 42-46 - Contra os fariseus e legistas (II) Quarta-feira 15 de Outubro        Os fariseus cumprem a Lei com escrupulosa exatidão, a ponto de pagar o “dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças”. Porém, não atendem a exigências de caridade e de justiça para com o pobre e desvalido. Exteriormente, comportam-se de modo exemplar, interiormente, estão distantes e afastados do verdadeiro cumprimento da Lei dada por Deus a Moisés. Eis então que a voz do Senhor, penetrante como um dardo, ressoa aos ouvidos de todos: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!” Vós que não cumpris o verdadeiro sentido da Lei. E de seus lábios, ecoam as palavras ditas pelos profetas, que apregoavam o direito, a misericórdia e a fidelidade. Ao invés, os fariseus agem, “como se não houvesse importância, observa S. Cirilo de Alexandria, a justiça e o amor a Deus, deveres obrigatórios a todos”. Ora, o fingimento e a falsa piedade, considerados por Jesus pecados con

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 37-41 - Contra os fariseus e escribas (I) - Terça-feira 14 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 37-41 - Contra os fariseus e escribas (I) Terça-feira 14 de Outubro               A responsabilidade de uma ação compreende o fato ocorrido, o conhecimento das circunstâncias e as suas consequências, que podem ser ou não nefastas e prejudiciais.  Jesus alerta os fariseus. Pois se eles são responsáveis por uma palavra casual, sem graves consequências, tanto mais por todas as palavras injuriosas e prejudiciais, como as blasfêmias proferidas contra a sua pessoa. Jesus não os está condenando. Simplesmente, exorta-os a assumir responsavelmente suas palavras e atos, no nível subjetivo de suas intenções, pois para nada vale a prática externa se eles não assumem interiormente a autoria de seus atos e palavras. Ao ato externo une-se a intenção, que reflete a verdade e a fidelidade à vontade do Pai. Mas os fariseus permanecem exclusivamente no aspecto externo, ansiosos e preocupados somente com a aparência e o reconhecimento dos outros. Voltando-se para e

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 29-32 - O sinal de Jonas - Segunda-feira 13 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 29-32 - O sinal de Jonas Segunda-feira 13 de Outubro                 Jesus veio para oferecer a Salvação e a Redenção à humanidade. Mas por considerar o amor a Deus e ao próximo, incomparavelmente, mais importante do que as múltiplas tradições e prescrições humanas, suas palavras causavam estranheza às autoridades da época. Assim, escribas e fariseus, em sua incredulidade, não confiam em suas palavras e se opõem aos seus ensinamentos. E mais. Movidos talvez por uma ponta de inveja, pois até então eles se tinham como único padrão e critério da verdade e da ortodoxia, eles revelam aversão à sua pessoa. Por isso, conhecedores até dos cânones mais insignificantes da Lei e convictos de suas ideias, desejando testá-lo, pedem-lhe um sinal do alto. A resposta de Jesus, serena e desafiadora, remete-os ao profeta Jonas, que Ele apresenta como figura de sua morte e ressurreição. À pregação de Jonas, o povo de Nínive faz penitência e se converte. Torna-se a

Reflexão do Evangelho de Jo 2, 1-11 - Bodas de Caná - Domingo 12 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Jo 2, 1-11 - Bodas de Caná                              Domingo 12 de Outubro                                                                                                                                                                                                         Jesus, Maria e os discípulos encontravam-se, como convidados, nas bodas de Caná, festa que costumava durar normalmente sete dias. Durante as comemorações, o vinho, bebida comum naquele tempo, vem a faltar. Ao vinho liga-se o simbolismo da amizade, do amor e da alegria. Eis que, em meio à festa, não há mais vinho para oferecer aos convidados. Seus organizadores entreolham-se, mostram-se preocupados e constrangidos. O fato é notado por Maria, a Mãe de Jesus, o qual não tinha realizado, ainda, nenhum milagre. Sentindo o embaraço deles, ela vai ao seu filho e suas palavras soam como um apelo, discreto, porém, bastante tocante. Diz ela a Jesus: “Eles não têm vinho”.        A resposta

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 27-28 – A verdadeira bem-aventurança - Sábado 11 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 27-28 – A verdadeira bem-aventurança Sábado 11 de Outubro                   O amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis. Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e eles não conseguem chegar até Ele. Os discípulos notam a presença deles e avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, Ele aproveita a ocasião para conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai celestial. Por isso, elevando a voz, Ele dirige-se a todos e fala-lhes da filiação divina. É a filiação espiritual, pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná, situando-se na ordem da fé, ela revela serena confiança em seu Filho ao dizer aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e a nobreza da mãe na divindade do na

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 15-26 - Jesus e Beelzebul (calúnias dos fariseus) - Sexta-feira 10 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 15-26 - Jesus e Beelzebul (calúnias dos fariseus) Sexta-feira 10 de Outubro               O Senhor assegura-nos a sua proteção espiritual. Os milagres realizados por Ele ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se crê em Jesus como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebul, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.        O título Beelzebul liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá subsistir”