Reflexão do Evangelho de Lc 11, 29-32 - O sinal de Jonas - Segunda-feira 13 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 29-32 - O sinal de Jonas
Segunda-feira 13 de Outubro
      
         Jesus veio para oferecer a Salvação e a Redenção à humanidade. Mas por considerar o amor a Deus e ao próximo, incomparavelmente, mais importante do que as múltiplas tradições e prescrições humanas, suas palavras causavam estranheza às autoridades da época. Assim, escribas e fariseus, em sua incredulidade, não confiam em suas palavras e se opõem aos seus ensinamentos. E mais. Movidos talvez por uma ponta de inveja, pois até então eles se tinham como único padrão e critério da verdade e da ortodoxia, eles revelam aversão à sua pessoa. Por isso, conhecedores até dos cânones mais insignificantes da Lei e convictos de suas ideias, desejando testá-lo, pedem-lhe um sinal do alto.
A resposta de Jesus, serena e desafiadora, remete-os ao profeta Jonas, que Ele apresenta como figura de sua morte e ressurreição. À pregação de Jonas, o povo de Nínive faz penitência e se converte. Torna-se assim sinal do novo Povo de Deus, que seria instituído por Jesus. Os doutores da Lei não o entendem. Inebriados pelo orgulho e pelo sentimento de superioridade, alguns chegam mesmo a afirmar que suas palavras e milagres eram obras do demônio. Diante de tais acusações, Jesus não se cala. Sua voz, mais afiada que a lâmina de uma espada, ressoa aos ouvidos dos que o insultam, que atônitos o ouvem compará-los a uma geração adúltera e perversa. Recrudesce a ira deles, mas Jesus, sem se alterar, continua a anunciar o Reino de Deus e a vitória da graça divina sobre a maldade e o pecado.
O poder de Jesus é poder de amor, e o amor respeita a liberdade do outro. Mas eles, intransigentes, sem reconhecerem em Jesus a Verdade de Deus, afastam-se com ares ameaçadores. Diferentemente, os que creem em suas palavras se estreitam em torno dele e, guiados pela liberdade da fé, que descerra a cegueira interior do coração, reconhecem nas palavras do Mestre a grandeza da misericórdia divina. Eles, como o povo de Nínive, entregam-se à Palavra de Deus, que os exorta à penitência e ao arrependimento. Eis o despontar de um mundo em via de transfiguração, mundo que, em Jesus, reflete a luz da glória eterna!
Jonas é figura de Jesus. Os fariseus e escribas, ao contrário do povo de Nínive, não se deixam penetrar pelas palavras de Jesus, o Ungido de Deus, e recusam a sua mensagem. Por isso, conclui Jesus, os ninivitas hão de se levantar no dia do Julgamento e condená-los, porque, pela força da pregação de um único profeta, eles fizeram penitência, “e esse profeta, destaca S. Pedro Crisólogo, era um náufrago, um estrangeiro, um desconhecido”. A nós, urge acolher a Palavra de Jesus, que, no dizer de Orígenes, “nos oferece não dons corruptíveis como o ouro ou os aromas, mas sim o perfume espiritual da fé, o suor da virtude e o sangue do martírio”.


Dom Fernando Antônio, o.f.m.

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