Reflexão do Evangelho de Lc 11, 15-26 - Jesus e Beelzebul (calúnias dos fariseus) - Sexta-feira 10 de Outubro
Reflexão do
Evangelho de Lc 11, 15-26 - Jesus e Beelzebul (calúnias dos fariseus)
Sexta-feira 10 de Outubro
O
Senhor assegura-nos a sua proteção espiritual. Os milagres realizados por Ele
ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se crê em Jesus como
“vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de
todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está
além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa
culpabilidade. É a este poder que os escribas, descidos de Jerusalém, se
referem ao dizer: “É por Beelzebul, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os
demônios”.
O
título Beelzebul liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os
inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e
governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus.
Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá
subsistir”. As acusações dos escribas e fariseus resultam absurdas.
O tema central do
presente texto é a luta entre a luz e as trevas, e a vitória da luz sobre as
trevas, pois quem acolhe Jesus é iluminado pela luz da verdade. O demônio é
aquele que recusa o amor, é mentiroso e pai da mentira, e quem não acolhe a
verdade do amor divino, mas rejeita-a, não pertence a Deus, abraça o mal e
torna-se cúmplice do maligno. Este é julgado por ele mesmo.
A realidade
terrível do reino do mal se evidencia nas tentações de Jesus no deserto. Por
isso, o próprio Jesus, diz S. João Crisóstomo, “ao responder às acusações,
demonstra que expulsar os demônios, como Ele acabara de fazer, é obra de um
poder grandíssimo e sinal da vinda do Reino de Deus”. Ele o expulsa pelo “dedo
de Deus” para indicar que Ele o faz pelo poder do Espírito divino. É a vitória
de Cristo sobre o reino do mal. Resta uma só coisa, diz o Evangelho: recolher
os despojos, que “são as ovelhas perdidas da casa de Israel”.
No entanto, escribas e fariseus,
unindo-se contra Jesus, aliam-se aos inimigos do passado, que provocaram a
dispersão do povo entre as nações e negam a ação do Espírito Santo. Eles
rejeitam o anúncio de Jesus e não admitem o advento do reino de Deus. A eles
diz Jesus: “A palavra que eu vos disse, é ela que os julgará no último dia”.
Mas “se alguém me ama, continua Jesus, guardará minha palavra e o Pai o amará,
e viremos a ele e faremos nossa morada nele”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo,
o.f.m.
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