Reflexão do Evangelho de Mt 18, 1-5.10 - Quem é o maior? - Quinta-feira 02 de Outubro
Reflexão do
Evangelho de Mt 18, 1-5.10 - Quem é o maior?
Quinta-feira 02 de
Outubro
Desde
que foi escolhido para ser um dos doze apóstolos, Simão Pedro recebe vários
sinais que mostram preferência por parte do Senhor. O mais evidente foi quando
Jesus diz que Simão Pedro seria
a pedra fundamental da Igreja que fundará, e acrescenta: “Eu te darei as chaves
do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o
que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 16-19).
Mas houve outras demonstrações de apreço em relação a esse Apóstolo. Cristo subiu ao alto de uma montanha levando apenas Pedro,
Tiago e João. Lá em cima, os três foram os únicos a testemunhar a transfiguração de Jesus. Também é bastante significativo o episódio
da cobrança do imposto do Templo. Jesus não era obrigado a pagar, mas
para evitar confusão com as autoridades locais, diz a Pedro para ir pescar, que dentro da boca do primeiro peixe que fisgasse
ele encontraria um estater (uma moeda): “Toma-o e dá-o por mim e por ti” (Mt
17, 24-27). São Jerônimo escreveu a respeito disso: “Não esqueçamos que os
demais apóstolos tinham visto que Pedro e o Senhor pagaram o mesmo tributo”.
Tanta atenção a Pedro poderia despertar, entre os Apóstolos, certa rivalidade. Vem,
então, muito a propósito a questão dos discípulos
de Jesus, que se aproximam dele e lhe perguntam: “Quem é o maior no
Reino dos Céus?”.
Em todos os tempos, o desejo de
grandeza e de glória esteve
presente, mas nada escapa ao olhar atento de Jesus. Como seus seguidores admiravam-se mais com seus feitos do que compreendiam suas
palavras, Jesus procura mostrar que para partilhar da sua glória era necessário passar pela cruz: “O Filho do Homem
há de ser entregue às mãos dos homens!” (Lc 9, 44). De imediato, os discípulos
não o entendem. Não podiam compreendê-lo porque faziam uma ideia menos trágica
e mais gloriosa da vinda do Messias. Escreve São Jerônimo: “Pacientemente,
Jesus quer agora purificar, por meio da humildade, o desejo de glória
manifestado por eles”. Ele se assenta, como no sermão da Montanha, e profere um
solene apelo, pois não se trata simplesmente de uma situação hierárquica ou posição social. O essencial não é o
lugar que os apóstolos ocuparão junto a Ele, mas a condição necessária para entrar
no Reino de Deus. E esta consiste em seguir o Mestre e abraçar como sentido de sua vida
o amor a Deus e ao próximo.
Para tanto, há uma exigência, a de conversão, que requer mudança na
maneira de ser e de pensar. Pois, disse Jesus: “Se alguém quer ser o primeiro,
seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9, 35). Ele exemplifica tomando
uma criança e colocando-a no meio deles. Com este gesto, segundo Orígenes, o
Senhor procurou simbolizar a humildade, obra do Espírito Santo na vida de quem
o segue.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, o.f.m.
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