Reflexão do Evangelho de Lc 13, 1-9 - Convite à conversão - Sábado 25 de Outubro
Reflexão do Evangelho
de Lc 13, 1-9 - Convite à conversão
Sábado 25 de Outubro
Certa feita, vieram algumas pessoas contar
a Jesus um dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus. Um crime
perpetrado por Pilatos. Tornava-se ainda mais grave pelo fato de ter-se dado no
Templo, profanando o lugar sagrado de adoração a Deus. Jesus aproveita a
ocasião para lançar um convite à conversão, pois resta ainda algum tempo,
embora limitado, para “produzir dignos frutos de penitência”. Não se pode
concluir que o episódio da morte dos galileus pressuponha o fato de eles serem
pecadores. Todos são pecadores e são exortados a dar frutos de penitência. Nesse
sentido, através da parábola da figueira estéril, Ele destaca que o “tempo da
visita”, sua presença entre nós, é tempo de conversão. É preciso que não mais
se esteja desprevenido, pois o tempo já praticamente passou. A resposta deve
ser imediata e incondicional.
A figueira, diz Santo Agostinho, está significando o gênero humano, convocado
por Jesus a uma vida nova, na comunhão com o Pai e no serviço despretensioso
aos irmãos. Após três anos de cuidados e esmerada atenção, não encontrando
nenhum fruto, o viticultor pensa em cortar a figueira. Há, no entanto, a
intervenção de um homem compassivo, que, como escreve Santo Agostinho, “intercede
junto a ele, para que cave ao redor e coloque adubo, o que indica paciência e
humildade. Esperemos os frutos, pensa ele. Como, porém, só uma parte dará
frutos, outra não, virá o dono e a dividirá. Que significa dividi-la? O fato de
que há bons e maus, unidos no momento presente num único corpo”.
Na literatura bíblica, sentar-se à sombra
de uma figueira era sinal de paz e de bem-estar físico e social. O fato de ela secar
constituía para Israel símbolo temível de infelicidade e de sofrimento. S.
Cirilo de Jerusalém lembra que, ao contar a parábola, Jesus “deseja que
produzamos bons frutos para que não ocorra o que se deu com a figueira estéril,
cortada e lançada fora”. Todos nós podemos ser árvore infrutífera, verdejante e
no entanto inútil. Pessoas de muitas e belas palavras, mas sem frutos que
mostrem uma atitude de paz e de fraternidade. É possível mudar ainda; e o
Senhor nos oferece o perdão, dom gratuito e generoso, de modo a trilharmos o caminho
que conduz ao Pai, produzindo frutos de amor e de misericórdia.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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