Reflexão do Evangelho - Domingo 19 de Abril

Reflexão do Evangelho
Lc 24, 35-48 - Aparição aos Apóstolos
Domingo 19 de Abril
        
       S. Lucas narra os mais decisivos atos do testemunho evangélico sobre a Ressurreição de Jesus: a verificação do túmulo vazio e as aparições. Ditas “privativas”, estas aparições deram origem a dúvidas e incertezas, alimentando fervorosa discussão entre os Apóstolos. Já era noite e eles lá estavam no Cenáculo, e enquanto discutiam, eis que lhes chega a notícia de que o Mestre aparecera a Pedro. Pouco antes, tinham chegado os dois discípulos provenientes de Emaús, contando o que lhes tinha sucedido e o fato de o terem reconhecido na fração do pão. Mesmo assim havia ainda dificuldade em acreditar em suas palavras. A discussão corria acalorada, quando, de repente, eles ouvem uma voz que lhes era bastante familiar: “A paz esteja convosco”. O espanto paralisou-os. Aterrados e cheios de medo, “eles julgam ver um espírito”. Sereno, Jesus os olhava e para tranquilizá-los pergunta: “Por que vos perturbais, por que sobem ao vosso coração esses pensamentos de dúvida?” E para que todo temor se afastasse de seus corações e se dissipasse a dúvida de ser Ele uma simples visão, Jesus dá provas de sua identidade: “Vede minhas mãos e meus pés, pois sou eu”. A dúvida e o receio afastam-se e dão lugar à alegria e à certeza interior da presença de Jesus ressuscitado. Era o Mestre!
Depois, como se nada tivesse acontecido, Ele lhes pede algo para comer. Pasmos, os Apóstolos o acompanham à refeição. Não bastasse o fato de lhes mostrar as marcas dos cravos nas mãos e nos pés, “tomando um pedaço de peixe assado”, Ele confirma a sua corporeidade. Os Apóstolos não conseguiam crer que era o mesmo Senhor, em sua vida de Deus, que estava presente no meio deles. Mas era justamente essa vida que Ele desejava transmitir a eles e à humanidade inteira. Por isso, após render graças, Ele lhes fala do começo de um novo tempo, vivido na comunhão com Ele, “lugar” em que o homem se eleva a Deus e participa da vida divina.
A ressurreição não o tornou diferente do que Ele era antes; revelou o que ele sempre foi: presença radiosa e fonte da ação do Espírito divino na vida dos seus seguidores. Com efeito, a vida imortal não lhes é estranha, graças a ela, eles “resplandecem como o sol no reino de seu Pai”.  Se na Encarnação eles foram inseridos em Jesus, na sua Ressurreição, imersos num oceano de luz e de silêncio, eles são introduzidos em sua glória. Mais tarde, o Apóstolo S. Paulo irá proclamar: “Assim como em nós carregamos a imagem do homem terrestre, carreguemos, igualmente, em nós a imagem do homem celeste” (1Cor 15, 49). 

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