Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 27 de Abril
Reflexão do Evangelho
Jo 10, 1-10 - O Bom Pastor
Segunda-feira 27 de Abril
A imagem de Deus como pastor está radicada na cultura aramaica, que precedeu os patriarcas de Israel. Nômades, eles viviam em meio a uma civilização pastoril, que via na figura do pastor o chefe e o amigo, sempre pronto a defender o rebanho contra as feras e os assaltos de ladrões. Conhecendo as ovelhas, o pastor as considerava como filhas, levando-as em seus braços quando necessário.
Sobre esse pano de fundo, Jesus se apresenta como o bom Pastor, que conhece e ama suas ovelhas e arrisca sua vida para procurar e salvar a que se desgarrou. Embora não utilize o título de pastor para designar a missão dos Apóstolos, Ele descreve o seu ministério, como também o de seus seguidores, sob os traços misericordiosos e solícitos do pastor que cuida de suas ovelhas e afadiga-se em buscar a ovelha perdida. À noite, ele as recolhe num espaço comum e, de manhã, chamando-as individualmente por seu nome, ele as conduz aos pastos disponíveis.
As ovelhas seguem docilmente seu verdadeiro pastor, porém, não reconhecendo a voz do ladrão ou de um estranho, negam-se a acompanhá-lo. Este entra furtivamente no redil, provavelmente, movido pelo egoísmo e por interesses pessoais, causando danos às ovelhas. Ao invés, entre o bom pastor e suas ovelhas cresce uma relação de familiaridade e de ternura. Elas o seguem com total confiança. Ele é a porta por onde as ovelhas transitam livremente, entram em lugar seguro e saem para as verdes pastagens.
Em contraste com os mercenários, Ele conhece as suas ovelhas e faz o sacrifício voluntário de dar sua vida por elas, prova de seu desvelo e de seu amor gratuito e generoso. Ele é o novo Davi, o verdadeiro pastor de Israel, que quer reunir a todos, os que vêm de perto, os judeus, e os que pertencem a outros povos, “que não são deste pátio”, do pátio do Templo. Ele os quer conduzir e fazer deles “um só rebanho, com um só pastor”. Jesus alude à imolação de si mesmo por todos os que o Pai lhe deu, e de seus braços ninguém os pode arrancar. Pois esse é o mandato, o encargo que recebeu do Pai. Existe união de mente e de coração entre as ovelhas e o pastor. Este manifesta solicitude compassiva para com elas e elas o seguem com afetuosa docilidade.
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