Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 24 de Abril

Reflexão do Evangelho
Jo 6, 52-59 - Jesus, pão de vida eterna
Sexta-feira 24 de Abril

As palavras de Jesus encontram reações as mais diversas. Acolhidas por alguns, elas são rejeitadas por outros, como ocorre no Evangelho de hoje, em que Jesus afirma: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós”. Com sutileza, seus adversários colocam a questão: O que quer dizer que nos dará a sua carne para comer? À primeira vista, elas expressam um ato de incredulidade. Porém, com intenção e reações diferentes, a mesma pergunta será feita ao longo do Evangelho. Assim, desejoso de conhecer melhor a mensagem de Jesus, Nicodemos o interroga: “Como poderia um homem nascer uma segunda vez?” À beira do poço de Jacó, a samaritana se mostra admirada: “Senhor, nem sequer tens uma vasilha e o poço é profundo; de onde, pois, tiras esta água viva?” Perguntas e atitudes diferentes, que não deixam, no entanto, de sugerir certa objeção às palavras do Senhor. Por outro lado, bem diferente é a atitude de Maria Santíssima. Após reconhecer que para Deus nada é impossível, ela não hesita, não põe uma questão de “poder”, simplesmente interroga: “como é que vai ser isso?”
No contexto do Evangelho de hoje, que fala da presença real de Jesus na Eucaristia, é preciso colocar-se, como Maria, no horizonte da fé. Só a fé permite acolher o mistério da Encarnação como obra do Espírito Santo. O mesmo se dá no mistério da Eucaristia. No momento da consagração, ao impor as mãos sobre o pão e o vinho, o sacerdote, na pessoa de Cristo, invoca o Espírito Santo, que realiza o mistério da transubstanciação: o pão e o vinho se tornam o Corpo e o Sangue de Jesus. Realiza-se a promessa de perpetuar o mistério da Encarnação, ou seja, a sua permanência no meio de nós até o fim dos tempos.   
Desde os escritos do Novo Testamento, multiplicam-se os testemunhos sobre a realidade da Eucaristia. Nos meados do segundo século, belíssimo é o testemunho de S. Justino que afirma ser a Eucaristia, após a consagração, “não pão ou vinho comum. Com efeito, do mesmo modo como Jesus Cristo, nosso Salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou”.
Eis o mistério da fé! Quem crê na vinda do Filho de Deus, nascido de Maria, professa a presença única e extraordinária de Jesus no pão e vinho consagrados. E não só. O seu coração estará também aberto à Palavra proclamada, ao irmão sedento, ao que está nu ou foi excluído da sociedade.  Crer na presença eucarística, tão ardentemente desejada por Jesus, é também vivê-la na comunhão fraterna. O pão que desceu do céu constrói a Igreja e fortalece a comunhão dos irmãos. Por isso, lembra S. Inácio de Antioquia: “Vós estais todos unidos, rompendo o mesmo pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não mais morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre”.  

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