Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 29 de Abril
Reflexão do Evangelho
Jo 12,44-50 - Jesus, caminho para o Pai.
Quarta-feira 29 de Abril
Por sua relação especial com o Pai, Jesus declara ser “a luz do mundo”: “Quem crê em mim, não é em mim que crê, mas em quem me enviou. E quem me vê, vê aquele que me enviou”. S. João emprega o verbo “crer” no sentido de “ver”, pois é possível ver sensivelmente Cristo, sem vê-lo realmente em seu coração. Daí o esforço do Senhor para conduzir seus discípulos à visão da fé, à experiência filial de Deus, realidade interior, que assume grande importância no capítulo em que Ele restitui a vista ao cego de nascença (Jo 9,3ss). Naquela ocasião, após curá-lo, ciente de que os fariseus o tinham expulsado, Jesus pergunta-lhe: “Crês no Filho do Homem?” E o que fora cego responde-lhe: “Quem é Senhor, para que eu nele creia?” Jesus lhe diz: “Tu o vês, é quem fala contigo”. E, prostrando-se, ele exclama: “Creio, Senhor!” Então diz Jesus: “Para um discernimento é que vim a este mundo: para que os que não veem, vejam, e os que veem, tornem-se cegos”.
Pasmos, os ouvintes, inclusive seus discípulos, compreendem que Ele fala da fé. Não no sentido de ela ser um prolongamento de sua pessoa; fé é crer nele mesmo. Nesse sentido, S. Cirilo de Alexandria coloca nos lábios do Senhor as palavras: “Quando vós discípulos credes em mim, eu que me tornei homem como vós e para vós, vós não credes estar colocando vossa fé em um homem: pois eu sou Deus por natureza, embora reconhecido semelhante a vós. O Pai está em mim e porque eu sou consubstancial ao Pai, vossa fé chega até o Pai”.
Por conseguinte, Jesus não tem por objetivo transmitir um complexo de doutrina, mas anunciar a si mesmo, para que, iluminados pela fé, todos sejam conduzidos à eternidade feliz e misericordiosa do Pai. Estabelece-se entre Jesus e seus discípulos um diálogo de vida eterna, diálogo de amor que os lança nos espaços do mistério trinitário, em que o coração deles absorve o Senhor, e o Senhor os inclui no seu coração. Eles se tornam um. Manifesta-se, não simplesmente a filiação divina de Jesus, mas associada à sua, a nossa própria filiação. Somos não só chamados filhos de Deus, “nós o somos” de fato.
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