Reflexão do Evangelho - Terça-feira 21 de Abril
Reflexão do Evangelho
Jo 6, 30-35 - Deu-lhes pão do céu a comer
Terça-feira 21 de Abril
Logo após o milagre da multiplicação dos pães, parece descabida a pergunta feita a Jesus: “Que sinal realizas, para que vejamos e creiamos em ti? Que obras fazes?” Aliás, não são poucos os que desejam testá-lo e mesmo confundi-lo. Há outros, que o querem conhecer melhor e lhe pedem um sinal “proveniente do céu”. E é justamente do alto que provém a sua resposta.
Preparando-os, Jesus se reporta ao maná, concedido ao povo de Deus a caminho da Terra Prometida. Mais uma vez, Ele se esforça para que seus ouvintes se disponham a acolher o dom que Ele lhes concede: o verdadeiro maná, o pão descido do céu. Por sua natureza, ele é imperecível; por seu efeito, ele é fonte de vida eterna para os que o recebem. Ao contrário do maná dado no deserto, perecível e apenas capaz de alimentar o corpo mortal, o pão que Ele dará é o “verdadeiro pão do céu”, o “pão da vida”.
Agora, são os Apóstolos que se voltam para o Mestre e, sentindo arderem seus corações, exclamam: “Dá-nos sempre deste pão!” Talvez eles entendessem suas palavras ao pé da letra. De imediato, sua resposta os deixa perplexos: “Eu sou o pão da vida”. O pão do céu é Ele mesmo. Só mais tarde, eles compreenderão que Jesus falava da Eucaristia, alimento de ressurreição. Porque o corpo flagelado e o sangue derramado, o corpo ressuscitado e glorificado, é o corpo eucarístico.
Passados alguns anos, com agudeza de espírito e incontestável fidelidade ao Senhor, S. Inácio de Antioquia fala da Eucaristia como “fermento de imortalidade”, presença do Ressuscitado que nos confere as forças sobrenaturais necessárias para o dia a dia, ou seja, a fé-confiança que os Hebreus tanto necessitavam no deserto. O maná eucarístico é Cristo ressuscitado, que nos permite entrar no espaço de uma perpétua comunhão com o Pai e, vivificados pelo Espírito Santo, percorrer o caminho da travessia terrena.
A refeição dada pelo Senhor é alimento para o espírito; é alimento de ressurreição, que realiza a aliança, a união da criatura com o Criador. A propósito, diz S. Gregório de Nissa: “O pão divinizado não só é assimilado por nós, mas nos assimila ao próprio Senhor. Nossa finitude, assumida por Ele, participa, desde já, de um modo de ser que não conhece jamais a corrupção”. Na Eucaristia, o corpo da humanidade, as criaturas humanas e o mundo criado, vibra no imenso ondular da ressurreição de Cristo.
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