Reflexão do Evangelho - Domingo 26 de Abril
Reflexão do Evangelho
Jo 10, 11-18 - O bom Pastor
Domingo 26 de Abril
O tema da vida pastoril é comum ao povo judaico. Já no princípio da história bíblica, Deus é chamado de pastor. Também os patriarcas e os próprios reis recebem o título de “pastor”. No Evangelho, Jesus descreve o seu ministério em termos de pastoreio e, na hora de sua morte, ele se compara ao Cordeiro imolado e ao pastor separado das ovelhas pela morte violenta. No texto, ora considerado, em oposição ao mercenário, ele declara ser o bom Pastor, pronto a dar a vida por suas ovelhas, enquanto o mercenário, à chegada do lobo, foge e abandona o rebanho. Em contraste, entre o bom Pastor e as ovelhas, medram profundos vínculos de comunhão, que nos remetem à sua união com o Pai: “Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai”. A inter-relação entre o Pai e o Filho se estende ao conhecimento recíproco existente entre pastor e ovelhas, permitindo-nos considerar a cruz não como um ato externo e violento imposto a Jesus, mas como livre oferta do bom Pastor, que se sacrifica por suas ovelhas. Ao contrário do mercenário que causa dano ao rebanho, o propósito de Jesus é dar vida. Ele conhece as ovelhas pelo próprio nome e veio “para que tenham a vida e a tenham em abundância”.
De modo figurativo, Jesus diz ser a porta do redil. Mas há os que pretendem chegar às ovelhas sem passar por ela: trata-se de falsos pastores, ou seja, “mercenários e ladrões”. Movidos pela ganância, eles buscam mais a si mesmos e muito menos o bem das ovelhas. Afastam-se da abnegada solicitude do bom Pastor e, por temor, diante das dificuldades e perigos, abandonam as ovelhas, “porque temer, diz S. Agostinho, é espiritualmente fugir”. O mesmo não acontece com os legítimos pastores, que estão prontos, segundo S. Agostinho, “a colocar os próprios bens em benefício de suas ovelhas e, caso necessário, dar a vida por elas”.
Mas eu sou um bom Pastor, diz Jesus, e o Pai as deu a mim. O conhecimento recíproco entre Ele e as ovelhas corresponde à união dele com o Pai, de modo que ninguém poderá arrancá-las de seus braços. Ele as abraça e as acalenta no ardente regaço do seu amor, transmitindo-lhes paz e confiança. União única e verdadeira, que compreende a inclusão de todas elas em sua humanidade gloriosa. Em contraste com os mercenários que as dispersam, Ele quer reuni-las para que “haja um só rebanho e um só pastor”.
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