Reflexão do Evangelho do dia 18 de Janeiro de 2013


Sexta-feira – 18 de janeiro
Mc 2, 1-12:  Cura do paralítico e perdão dos pecados

            Em peregrinação, Jesus chega à sua cidade, onde lhe “trouxeram um paralítico, deitado num catre”, para que fosse curado. Escreve S. Hilário de Poitiers: “É necessário examinar atentamente as palavras da cura. Ao paralítico não é dito imediatamente: sê curado, ou ainda, levanta-te e caminha, mas: ‘tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são perdoados’”. Esta cena reflete o carinho de Jesus por aquele homem e por todas as pessoas que, na dor e na angústia, se abrem à liberdade de um amor profundo e gracioso. Amor que não é simplesmente uma norma, mas vigor interior de uma vida voltada à gratuidade da presença de Deus. Por isso, ao ler a fé que o paralítico depositava nele, Jesus lhe concede a remissão dos pecados para, em um segundo momento, manifestar o seu poder, curando-o. Com a mesma “majestade e poder com que Ele conhece os nossos pensamentos, Ele perdoa os nossos pecados” (S. Jerônimo).
O paralítico reproduz, por assim dizer, o modo de ser do próprio Senhor. Jesus se doa ao Pai, gratuita e cordialmente, apenas atraído pela afeição, sem nada exigir, movido unicamente pelo amor. Todo verdadeiro ato de fé proclama que Deus nos ama, não porque somos bons ou porque lhe retribuímos o bem que ele nos faz, mas simplesmente porque ele é bom. A pureza da fé revela, na esperança, a grandeza do amor.
Daí ser constante a relação entre fé e milagre na vida pública de Jesus, igualmente, a relação entre fé e remissão dos pecados. Estas relações estarão bem presentes na catequese dos primeiros séculos da vida da Igreja. Elas manifestam o poder de Deus em sua infinita misericórdia. De fato, ele nada exige, nem precisa exigir, de nada se apodera, simplesmente ele é livre e gratuitamente misericordioso. A todos ele dá vida nova, conserva-a, respeitando a concreta diferença de cada um.
        Jesus é presença silenciosa, serena, sóbria e vigorosa da vida, na disposição de servir a todos. Ao perdoar os pecados, os que o seguem ouvem, em seu coração, o mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Pois no amor, ele está sempre pronto a perdoar. É a cura da alma que corresponde à cura do corpo. Ao ordenar: “Levanta-te, toma teu catre e vai para casa”, Jesus exorta o paralítico, também cada um de nós, a seguir o caminho que conduz ao paraíso e, portanto, a não mais pecar. Com o coração ardente, colocamo-nos a caminho da união com Deus, trilhando a via do bem, do amor, da justiça e da paz.   

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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