Reflexão do Evangelho do dia 27 de Janeiro de 2013
Domingo – 27 de janeiro
Lc 1,1-4; 4, 14-21: Jesus em Nazaré
Jesus encontra-se na sinagoga de sua
cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos
tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados
por ele. A curiosidade era grande. Pensavam e discutiam entre si quais seriam
os sinais que ele faria em sua própria terra. Conforme costume judaico, uma
passagem do profeta Isaías lhe é dado para ler. Orígenes diz ter sido “a
escolha providencial, pois o texto proclama o início da era messiânica da
salvação em Jesus”. Refere-se ao Messias como Deus e homem. Escreve S. Cirilo
de Alexandria: “Era necessário que ele se manifestasse aos israelitas e que o
mistério da encarnação resplandecesse para os que não o reconheciam”. Citando o
profeta, Jesus declara-se Deus, nascido homem, para salvar o mundo. Todos não
deixavam de fixá-lo. Mas com que olhar o vêem? Ao se dirigir aos fiéis,
Orígenes observa que “não gostaria que seus ouvintes o olhassem com os olhos do
corpo, como lá na sinagoga, mas com os olhos do coração. Se assim o fizerdes,
os vossos olhos resplandecerão na luz do seu olhar e, então, podereis dizer: ‘A
luz do seu rosto, Senhor, deixou o seu sinal em nós’”.
Estando a incredulidade enraizada no
coração de seus ouvintes, Jesus volve os olhos para eles, no desejo de tocá-los
e levá-los à conversão e, em tom mais severo, diz que nenhum profeta é ouvido
em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras
chocantes. Os gentios, pelo contrário, demonstram mais fé em Deus do que os
escolhidos de Israel. Exemplifica Jesus: Elias foi enviado a uma viúva, em
Sarepta, na região da Sidônia, enquanto tantas outras viviam em Israel e, no
tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel, todavia, nenhum
deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Suas palavras soam ofensivas, pois,
naquela época, os judeus julgavam os gentios, isto é, os estrangeiros como
pessoas distantes de Deus e, por conseguinte, excluídas da Aliança divina. “Diante
destas palavras, todos na sinagoga se enfureceram”.
Jesus não se intimida e declara-os cegos
diante da misericórdia de Deus e de seu plano redentor para todas as nações. Com
efeito, considera Orígenes, “ele acabara de ler uma profecia sobre a salvação
realizada pelo Messias. Salvação que irrompia no mundo através do ministério de
Jesus. Era o ano da graça e do perdão do Senhor”. Ao rejeitá-lo, a população
leva-o a não realizar milagres, conforme S. Ambrósio, “para não pensarmos que sejamos
constrangidos pelo amor à pátria. Na realidade, aquele que amava todos os
homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, mas eles mesmos,
comportando-se de modo invejoso, renunciaram o amor à pátria”. Então, exclama S. Cirilo de Alexandria,
“Jesus reporta-se aos pagãos, que o acolheriam e seriam curados de sua lepra”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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